segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ainda Moacyr...

Os livros
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E a página oficial do escritor (clicar na imagem para aceder):

Moacyr Scliar




A notícia é do Público:


Moacyr Scliar nasceu em Porto Alegre, a 23 de Março de 1937, e, apesar da sua formação em medicina, deixa um legado de mais de 70 livros. Em 2003 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. O escritor foi galardoado três vezes com o prémio Jabuti, em 1988, em 1993 e em 2009. Em 1989 recebeu o prémio da Associação Paulista de Críticos de Arte e, nesse mesmo ano, a distinção da Casa de las Americas.

Em Fevereiro de 2009, Moacyr Scliar esteve em Portugal para participar no Correntes d'Escritas, o encontro literário da Póvoa de Varzim onde se cruzam vários sotaques e línguas e cuja edição de 2011 terminou precisamente ontem. João Paulo Cuenca, que está em Portugal a lançar o seu último romance e esteve a participar este sábado no encontro de escritores de expressão ibérica esteve com Moacyr Scliar há pouco tempo. Os dois participaram num festival literário em Minas Gerais e estiveram juntos numa mesa com um moderador.

"Fiquei impressionado, como é que um escritor com dezenas de livros publicados, ele dizia que eram 80, continuava com tanta vitalidade a escrever, a publicar e participar de debates e mesas com a paciência e com a generosidade que ele tinha com novatos como eu", disse ao PÚBLICO o escritor carioca. Nessa altura os dois jantaram juntos e ficaram amigos. "Moacyr parecia muito mais saudável do que eu mesmo, por isso é chocante ele ter morrido".

A banana de Porto Alegre

No encontro da Póvoa de 2009 Scliar, também autor de “A mulher que escreveu a Bíblia” (ed. Livros de Seda), contou que o seu pai emigrou para um país desconhecido quando tinha dez anos. Saiu da Rússia no período da guerra civil que se seguiu a 1917, meteu-se num navio em direcção ao Brasil, atravessou o oceano e foi parar ao Rio Grande do Sul.

Não fazia a mínima ideia do que o esperava. Chegou a um país completamente desconhecido mas isso não o impedia de ver o Brasil como uma coisa maravilhosa.

Sonhava com o clima ameno, com um país de gente amável e com as frutas. Nunca tinha visto um abacaxi, nunca tinha visto uma manga, nunca tinha visto uma banana. E foi apresentado a uma banana, exactamente no dia em que chegou a Porto Alegre.

Quando embarcou, o pai de Moacyr já era “um menino magrinho”. No barco passou fome, ficou um esqueleto. E quando finalmente o navio atracou na cidade, desembarcou. A população inteira de Porto Alegre estava no cais à espera do barco que trazia os europeus e um gaúcho percebeu que o pai de Moacyr tinha fome e ofereceu-lhe uma banana. “O meu pai imaginou que era uma coisa para comer. Mas não tinha sido treinado para comer banana e, como não falava português, ficou com perplexidade a mexer na banana”, disse o também médico Moacyr Scliar.

Descobriu então que a banana se descascava, tal como a laranja. Imaginou que seria igual e que teria também casca e caroços. “Ao descascar a banana apareceu uma coisa que ele pensou que era o caroço da banana. E jogou fora o caroço. Comeu a casca de banana até ao fim para surpresa do gaúcho”, continuou o escritor a quem até morrer, já depois dos 80 anos, o pai disse sempre: “Casca de banana não é tão ruim como a gente pensa”. Para Moacyr Scliar, o escritor é “o emigrante que vê a banana e que come a casca” e a tarefa da literatura é “transformar o desconhecido em magia”.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

XII Edição Correntes d' Escrita



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De 23 a 26 de Fevereiro. Póvoa de Varzim.
Eis o Programa:
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Dia 23 (quarta)

17h00 – 1.ª MESA: «Falta futuro a quem tem no presente as ambições/passadas»
- Aida Gomes
- Almeida Faria
- Eduardo Lourenço
- Fernando Pinto do Amaral
- Maria Teresa Horta
- Ricardo Menéndez Salmón
Moderador: José Carlos de Vasconcelos

Dia 24

10h30 2.ª MESA: «Eu começo depois da escrita»
- Ignacio del Valle
- João Paulo Cuenca
- Júlio Conrado
- Karla Suarez
- Maria João Martins
- Miguel Miranda
Moderador: Carlos Vaz Marques

15h00 3.ª MESA: «A minha arte é uma espécie de pacto»
- David Toscana
- Juva Batella
- Luís Represas
- Manuel Jorge Marmelo
- Mário Lúcio Sousa
- Ricardo Romero
Moderador: Rui Zink

17h30 4.ª MESA: «Nua de símbolos e alusões é a poesia»
- Ana Luísa Amaral
- Carmen Yáñez
- Conceição Lima
- Gastão Cruz
- Ivo Machado
- Uberto Stabile
Moderador: Francisco José Viegas

Dia 25

10h30 5.ª MESA: «As palavras são apenas uma memória»
- César Ibáñez París
- Ignacio Martínez de Pisón
- João Paulo Borges Coelho
- Mário Zambujal
- Nuno Júdice
- Rui Zink
Moderador: João Gobern

15h00 6.ª MESA: «Espalho sobre a página a tinta do passado»
- Alberto Torres Blandina
- António Figueira
- Francisco José Viegas
- Inês Pedrosa
- Maria Manuel Viana
- Paulo Ferreira
Moderador: José Mário Silva

17h30 7.ª MESA: «A obra que faço é minha»
- Álvaro Magalhães
- David Machado
- Francisco Duarte Mangas
- João Manuel Ribeiro
- José Jorge Letria
- Vergílio Alberto Vieira
Moderador: Ivo Machado

Dia 26

10h30 8.ª MESA: «Não há palavras exactas»
- José Manuel Fajardo
- Kirmen Uribe
- Nuno Crato
- Pedro Vieira
- Raquel Ochoa
- valter hugo mãe
Moderador: Onésimo Teotónio Almeida

16h00 9.ª MESA: «Nada no mundo deve ser subestimado»
- António Victorino d’Almeida
- Luis Sepúlveda
- Manuel Rui
- Mário Delgado Aparaín
- Onésimo Teotónio Almeida
- Yvette K. Centeno
Moderadora: Maria Flor Pedroso

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ainda Sophia...

Via "Horas Extraordinárias":
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"Os Patos de Sophia"
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"Este vai ser o ano de Sophia de Mello Breyner e as comemorações iniciaram-se com a entrega do seu espólio à Biblioteca Nacional. Os jornais divulgaram bastante o acontecimento e um deles revelou uma história genial que os filhos quiseram partilhar com os presentes na cerimónia e que também eu não resisto a partilhar com os leitores deste blogue. Ao que parece, terão dado um dia a Sophia dois patinhos amorosos, a que ela achou imensa graça – enquanto foram pequeninos, claro, porque entretanto cresceram e ela ficou sem saber o que fazer com eles. Como mulher pragmática que era, telefonou mesmo assim para o então presidente da Gulbenkian, Azeredo Perdigão, propondo-lhe a oferta dos ditos patos para os belíssimos jardins da Fundação. O senhor não terá achado o facto estranho, porque marcou um dia para a entrega, convidando inclusivamente a poetisa para almoçar com ele. Sophia compareceu na data e hora marcadas com os seus patos (que, claro, ficaram a fazer parte da fauna gulbenkiana a partir desse dia) e, durante o almoço, ficou muito surpreendida quando Azeredo Perdigão a presenteou com uma medalha, tendo indagado o porquê de tal distinção (pareceu-lhe que a oferta dos patos, por certo, não o justificava). Foi nesse momento que Azeredo Perdigão lhe explicou que era a primeira vez que alguém vinha dar alguma coisa à Gulbenkian, porque normalmente só vinham pedir..."
Maria do Rosário Pedreira, no blogue "Horas Extraordinárias" (clicar para aceder)