sábado, 23 de outubro de 2010

O universo de Pessoa à distância de um clique

,,,
A biblioteca pessoal do poeta disponível agora online, aqui (clicar na primeira imagem para aceder):
...

...



quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Leitura e férias (9ºAno)

...

...
Nestes três meses de férias, o tempo livre, conciliado com a liberdade deste período, garantiu-me um vasto leque de actividades, de forma a evitar o tédio que, lentamente, se abatia sobre mim.
Comecei de uma forma normal; acordar tarde, almoçar algo rápido e logo me punha fora de casa. Tardes com amigos no cinema, em casa deles, ou acompanhado por desconhecidos nos passeios, no Metro, habitualmente parando na Casa da Música.
E, assim, o mês de Junho e inícios de Julho, recheados de alegria pós-aulas, não me permitiram deitar a mão sobre nenhum texto.
Com Julho, veio a praia, e com a praia, veio a grande actividade portuguesa de estar parado e deixar o sol actuar, e aí, enquanto os raios embatiam na pele, comecei a ler “A Cidade e As Serras” de Eça de Queiroz. Começando com a descrição de “D. Galeão” e a sua propriedade nos Campos Elísios, nº 202, para onde se retirara após o exílio de D. Manuel, que achava um ultraje.
Aí viveu ele, e o seu filho, e o seu neto Jacinto, uma das grandes personagens da obra.
Nesse momento, entra em cena Zé Fernandes, homem rural de Guiães, que, numa visita ao 202, fica surpreendido com os engenhos e criações da gente “civilizada”.
Em Agosto, já se preparava a saída de Portugal, uma viagem que ocuparia pouco menos de duas semanas, entre o Porto e a cidade italiana de Florença.
Partimos do Porto às 4 horas da manhã e nessa viagem longa tive oportunidade de avançar na leitura do livro de Eça de Queiroz.
Deparava-me agora com o retorno de Zé Fernandes a Paris, onde iria viver com Jacinto e lentamente se ia habituando à vida na cidade, com os telégrafos, os confereçofones, a biblioteca monumental do amigo e as gentes parisienas.
No fim desse dia, chegávamos a Toulouse, na França, não houve visita a nenhuma parte da cidade, simplesmente chegámos ao hotel e dormimos, preparando mais um dia de viagem cansativa.
A caminho de Florença, antes do almoço, decidimos parar no Mónaco, numa baía do Mediterrâneo, visitámos o palácio da família Real e deliciámo-nos com as vistas.
Continuou a leitura. Agora Jacinto debatia-se com o tédio, a cidade parecia-lhe enganadora e ilusória, não ligava a nada, ficando em casa emitindo largos bocejos.
Chegámos a Florença, e durante uma semana a leitura parou e foi substituída por pintura, escultura e arquitectura, desde o enorme Duomo à Ponte Vecchio, a arte estava em todo o lado em Florença. Nessas férias, visitei também Veneza, onde andei de gôndola; Siena, cidade que parecia Florença em miniatura; San Gimignano, onde comi o considerado melhor gelado do mundo; e Pisa, onde observei a sua famosa torre no Campo dei Miracoli.
No regresso a Portugal, a história seguia e desta vez era Jacinto que ia para Tormes, na serra, por ocasião da transladação dos ossos de seu avô, para uma nova igreja.
Depois de várias desventuras, incluindo perda de malas, de mobília e itens “essenciais ao Homem Civilizado”, chegaram a Tormes.
Após uma ausência por duas semanas, Fernandes regressa para ver um Jacinto apaixonado pela serra, com desejo de eliminar a pobreza na sua propriedade.
Eventualmente, numa viagem, Jacinto enamora-se de uma prima de Zé Fernandes, e acabam casando e vivendo na serra.
Setembro chegara, e com ele, as férias acabavam, e eu simplesmente recordo esses momentos que marcaram os meses passados.
Edgar Passos, 9ºD

(Texto enviado por: Lina Soares)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Mais crónicas - 10ºAno

...
O Único que não Festeja é a Carteira
(Mariana Fernandes)
...
A temperatura desceu, as folhas começaram a cair e os casacos já estão no armário. É oficial: a época festiva que todos adoramos, o Natal, está cada vez mais perto e a lista dos itens “necessários” para aproveitar a ocasião já começa a ser pensada.
Novas luzes, nova árvore, o presépio, o bacalhau… E os presentes, os presentes que, de acordo com a tradição, deviam ser partilhados apenas com os mais próximos e que agora são distribuídos por todos os conhecidos: a vizinha, o vizinho, o amigo da prima e até a senhora que, todos os dias, nos serve o café.
Novo. É engraçado como de um ano para o outro existe uma necessidade inevitável de renovar todo o “stock” do ano anterior, ainda que aquele esteja em perfeitas condições… Todos os anos são utilizados os mesmos argumentos, tais como “Temos de mudar a cor das decorações”, até “Aquela árvore é mais verde!”. Tudo para justificar gastos absolutamente dispensáveis. As tradições até podem ser sempre as mesmas, mas arranja-se sempre maneira de “inovar”. Uma falsa indispensabilidade de obter novos utensílios, de substituir as luzes XPTO pelas XPTA…
Como é óbvio, os que saem mais satisfeitos desta época são os estabelecimentos comerciais, mais conhecidos por “shoppings”, e as lojas onde são despejados milhares de euros por ano… Tudo ajuda: do clima (está frio, por isso que lugar melhor que um “shopping” para te refugiares) até ao “efeito de grupo” (a influência provocada por todos estarem a fazer o mesmo).
Todos os anos entro no “shopping” nesta altura e confesso que tudo é apelativo: lojas com cartazes a anunciar descontos no preço, crianças a tirar fotografias com o Pai Natal, que provavelmente muda de vinte em vinte minutos… Faz tudo parte da tradição natalícia.
A sociedade já está tão envolvida neste “negócio”, que nem se apercebe de que os originais costumes começam a desvanecer-se e dão espaço a novos…
...
...
Os jogos estão como nós… violentos!
(Pedro Silva)
...
Ainda há poucos dias entrei na Fnac do Norte Shopping e, como de costume, encontrei um rapaz de 17 anos literalmente “colado” ao ecrã de televisão a jogar Guitar Hero 5. Mal olhei para a cara dele, lembrei-me de que o tinha visto há sensivelmente uma semana atrás, no mesmo sítio, a fazer a mesma coisa, o que não me espantou.
Indiferente à situação, passei por ele, fui ver as novidades e encontrei um estranho exemplo de junção de géneros: o típico jogo para crianças aliado à pura violência. O jogo chama-se Naughty Bear e o protagonista é um ursinho aparentemente simpático que é influenciado por um narrador britânico com sotaque carregado a matar os habitantes da sua vila, pois estes gozam com ele por não ter sido convidado para uma festa de anos de um outro ursinho. Como podemos calcular, o Naughty Bear tem várias de formas de aniquilar os seus inimigos, desde espancá-los com um taco “baseball” até decapitá-los com um machado.
Pousei o Naughty Bear no sítio e peguei noutro jogo, sobre o qual, por acaso, já tinha lido, de nome Dead to Rights: Retribution, que se passa na fictícia cidade de Grant City. O jogo consiste matar criminosos aos tiros ou, se nos apetecer, fracturar uns quantos braços e umas quantas pernas. Ao recordar o enredo, fiz cara feia e guardei o jogo na prateleira ao lado de Red Dead Redemption que, já agora, é um excelente jogo. Mas enquanto pousava Dead to Rights, veio-me à cabeça a brutal quantidade de violência que nas empresas de jogos de vídeo, tais como a Ubisoft (Assassins Creed, Prince of Persia), a Roadstar (todos os GTAs), a Namco Bandai (Dead to Rights, saga Tekken), entre outras, nos enviam, o que leva muita gente a pensar que os jogos de computador e de Playstation são os principais causadores de violência na rua. Na verdade, muito antes de os jogos aparecerem, os roubos à mão armada e o “carjacking” já existiam.
Quando acabei a minha reflexão, olhei para o relógio e reparei que já era um pouco tarde. Então, decidi dar meia volta e, enquanto caminhava para a porta de saída, olhei para a minha esquerda e deparei-me com a secção de séries e filmes. Pensei: “Fica para a próxima.”
...
...
Bela Vista (ou não…)!
(Maria Inês Castro)
..
Há pouco tempo foram-nos dadas a conhecer as novas medidas de austeridade para, entre outras coisas, tentar que o sexto lugar que ocupamos no “ranking” de probabilidade de bancarrota baixe, quem sabe, com sorte, para o sétimo.
Acho que devíamos recordar que, nos debates para as eleições legislativas, José Sócrates garantiu que não iria subir os impostos. Não é engraçado que agora, como Primeiro- Ministro, faça exactamente o contrário daquilo que prometeu? No entanto, já estamos habituados às constantes mudanças de opinião do Senhor Primeiro-Ministro, portanto esta alteração de ideias não espanta nenhum de nós…
No que toca à sustentabilidade das contas públicas, o Senhor Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, tinha vindo a fechar os olhos e a “chutar para a frente”. Mas, finalmente, apercebeu-se de que já não há mais nada “lá para a frente” – chegámos ao limite!
Porém, esta valente crise económica parece até nem afectar muito os portugueses. É um pouco estranho, em plena crise, assistirmos a autênticas inundações de pessoas nos centros comerciais. Portanto, provavelmente, estas medidas de austeridade não serão muito difíceis de cumprir: a população vai receber menos, com o corte de cinco por cento aos salários da Função Pública; vai trabalhar mais, através das horas extraordinárias; e vai pagar ainda mais, com o aumento de dois pontos percentuais do IVA. Ou seja, se analisarmos bem, o dinheirinho que gastariam ao comprar um perfume da “Burberry” vão gastá-lo exclusivamente para o Estado.
Por fim, “quando ideias republicanas como a descentralização permanecem há um século sem cumprir, quando a Justiça não funciona, quando se pressente que o serviço público é tantas vezes trocado pelo interesse pessoal ou partidário, corre-se o risco de essas palavras se tornarem vagas e sem utilidade.” (Público, 1 de Fevereiro de 2010)
...
...

Teledependência – A Peste do Século XX
(Catarina Teixeira)
...
Durante séculos, a humanidade viveu sem o contacto à distância. Ora, nesses tempos em que tudo se resolvia e negociava “frente a frente”, quando os diferentes povos se desconheciam e não mantinham qualquer tipo de relação, era para eles impensável que um dia mais tarde todo o mundo fosse fortemente afectado pela febre tecnológica que hoje nos envolve. Para um índio de uma tribo na América do Sul, há quinhentos anos atrás, era inconcebível que no futuro pudesse vir a conhecer um comerciante veneziano, e muito menos manter o contacto com ele num raio superior a meia dúzia de quilómetros.
Por outro lado, com o passar do tempo, o mundo tornou-se numa pequena aldeia com a ajuda da grande invenção do século XX – o telemóvel – que, particularizando o caso europeu, é provavelmente o aparelho mais utilizado pelas novas gerações. Para todas as ocasiões se utiliza este pequeno prodígio tecnológico… Se o tal empresário chileno e o banqueiro italiano (agora evoluídos) quiserem estabelecer algum tipo de negociação, não faltam alternativas para o fazerem, sem terem de arredar pé dos seus doces lares. “Call me Mr.Giordano”, e o assunto está resolvido. Enquanto isso, os respectivos filhos mais velhos provavelmente já foram colegas num campo de férias promovido pela Universidade de Oxford e as ligações nos “chats” virtuais são constantes.
Assim, do modo como este “pequeno” globo está absorvido pela dependência telefónica, não admira que daqui a uns anitos nos seja possível clicar num botão a qualquer hora do dia para mudarmos de localização geográfica em poucos segundos.
...
...

Uma viagem à decadência
(Tomás Silvestre)
...
Saio à rua como um mero cidadão em busca de algum tempo para mim. Sento-me num simples banco de um qualquer parque e observo… Adolescentes da revolução tecnológica debatem-se freneticamente com as teclas (ou ecrã táctil porque agora tudo é “touch”) do seu telemóvel. De dois em dois segundos retiram-no do bolso e fazem expressões de desespero ao ver que não têm nenhuma mensagem (a este ponto penso que o conteúdo desta é já irrelevante). Pouco tempo depois, desistem de o pôr no bolso. Realmente, qual é a lógica de o colocar lá se o vou tirar dali a nada?
Outra das minhas espécies favoritas é a dos “pseudo-businessmen”. Estou a falar dos importantíssimos cavalheiros que andam na rua a passear o seu “Blackberry” sem qualquer motivo para o usar. É o que eu chamo uma questão de pinta. Esta marca milionária tem um certo “je ne sais quoi” que atrai os indivíduos mais fúteis que vivem na base do “show off”.
A classe mais preocupante, no entanto, é a dos viciados. Estou a falar do típico tuga que tem um telemóvel por cada tarifário, apenas para demonstrar o quão social é (mais uma vez, a questão reside no “show off”). Este comportamento quase animalesco de competição do género sou-o-maior-porque-tenho-mais-amigos-que –tu predomina na juventude portuguesa de uma forma assustadora. A dependência, aliada à falta de educação, causa incidentes por toda a parte em escolas do país. Penso que as palavras de ordem são “Dá-me o telemóvel, já!”
Regresso calmamente a casa, alheio à invasão. Regresso a casa (sim, sem estar com o telemóvel ao ouvido) e escrevo uma pacata e arcaica carta a um amigo meu da Rússia. Há tradições que permanecem.
...
(Textos enviados por Hélder Moreira)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

"O filme do Desassossego", de João Botelho

...
No último sábado, 9 de Outubro, às 21h00, os alunos do 12º ano, acompanhados por alguns professores, assisitiram, no TNSJ, à exibição do "Filme do Desassossego", de João Botelho. Deixo o testemunho de um aluno:
...

O FILME DO DESASSOSSEGO

No início do século XX, Bernardo Soares, semi-heterónimo de Fernando Pessoa, escreve o
"Livro do Desassossego". Quase um século depois, João Botelho entrega ao público a sua perspectiva da obra, sem receios ou assombros. Não seguindo uma narrativa coesa, o filme não tem o objectivo de apresentar uma história, sem fracturas ou paragens. Ele é o resultado de fragmentos soltos da vida de um solitário deambulante.

Bernardo Soares

Coxo e com bigode, ele é a figuração superficial de uma personagem de consciência profunda que, dificilmente, seria melhor caracterizada com outro actor. Corrigia o seu claudicar com um simples guarda-chuva, não querendo, contudo, mascará-lo com as adversidades metereológicas. Fugazmente, rabiscava num papel o que o inquietava, o que lhe retirava o sossego que nunca fora seu. Parcialmente misantropo, Bernardo Soares refugia-se na sombra das conversas, gosta de «medir» o ser humano, mas não contactar com ele. Cláudio da Silva é simplesmente natural no papel que desempenha. Não fosse a existência de uns quantos anacronismos, deliberados, e o espectador sentiria estar a ver Bernardo Soares em pessoa/Pessoa.

O poder dos sentidos

Cenas brilhantes, intermináveis e complexas falas, personagens irreverentes e domadas pelos vícios do quotidiano, é assim que, incompletamente, caracterizo esta produção. João Ribeiro, director de fotografia, desenvolve um trabalho harmonioso, produzindo cenas de uma magnitude visual arrebatadora. Tudo é genial, as sombras, as luzes e a combinação das diferentes tonalidades; é inquestionável a alma que este homem trouxe ao filme. A perplexidade torna-se contagiante na plateia, à chegada de um novo momento, cada um com uma genialidade própria, imerso nas palavras que adornam as falas e nas cores que pintam a tela. As caracterizações das personagens, dotadas de uma importância capital, falam por si só: as rugas vincam um carácter austero, os lábios pintados de um vermelho quente provocam no espectador uma sedução mais imediata e real, enquanto a nudez faz com que o espectador sinta o despertar das pálpebras.

Alguns aspectos

Por vezes, o ser humano perde-se em vícios marginais à essencialidade da vida e João Botelho tende a reforçar esta realidade no filme. A libido e as drogas atacam repetidamente o consciente, atrasando o nosso pensamento, enchendo-o de um prazer falso e dissimulado. Ainda assim e, respeitando o corpo do livro, vão aparecendo algumas cenas soltas que espantam, pelo seu forte significado e impacto, a plateia. Somos, entretanto, apaziguados por alguns interlúdios musicais - com a participação fantástica de Carminho ou de Ricardo Ribeiro, ambos em destaque. A força da voz apura o nosso campo sensorial e prepara-nos para mais uma "overdose" de metáforas e paradoxos.
Provavelmente, a presença de legendas ajudaria a uma melhor compreensão do filme, a fixar o conteúdo das palavras pronunciadas, por vezes longas e insignificáveis, porque somos tentados a decifrar o seu propósito da mesma forma como analisamos um poema. Só que em frente à tela, temos apenas céleres segundos para esta operação e não somos auxiliados pela caneta nem pelo papel. Assim, perdemos alguns momentos (sufocados pela grandeza das imagens) no emaranhado fio da narrativa e arrisco a pensar que é impossível tal não acontecer, com a maior parte dos espectadores.
Recomendo, vivamente, esta belíssima peça de arte do cinema português. Com a merecida atenção, o espectador embarcará no universo pessoal de Fernando Pessoa, enquanto mente criadora e desassossegada. O melhor será também aventurarmo-nos no "Livro do Desassossego", o que tentarei fazer num futuro próximo.
Francisco Gomes, 12º D
(Texto enviado por Auxília Ramos)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Crónica - 10ºAno


...

“Facebookmente” Falando
(Tomás Silvestre, 10C)

Muitos consideram-no um flagelo, outros elevam-no a uma salvação e há ainda quem já o tenha como dependência. É verdade, estou a falar do Facebook. Uma simples e pacata rede social que tem, actualmente, cerca de quinhentos milhões de utilizadores activos e um mero valor bolsista de vinte mil milhões de euros. Desde uma quinta virtual com um enorme número de jogadores (exagerado até), a um simples perfil online, o Facebook tem tudo.
É com certeza, a nível mundial, a maior causa de distracção laboral. Imagino quantos patrões já ficaram furiosos ao ver os seus funcionários trocarem o relatório financeiro da sua multinacional por uma rápida espreitadela ao crescimento das suas couves virtuais.
Tudo se sabe nesta maldita rede social. O Feed de Notícias (se é que se lhes pode chamar notícias) é o paraíso de qualquer coscuvilheira que se preze. Esta febre galopante já leva a que várias pessoas actualizem, de meia em meia hora, a sua página através do telemóvel só para informarem a comunidade de que estão a comer bacalhau com todos (informação de interesse e relevo nacional). A médio/ longo prazo, tudo isto levará a uma total destruição do conceito de privacidade, pelo menos enquanto o Facebook for grátis. O verdadeiro negócio por trás deste pequeno site é a publicidade – publicidade essa que se reveste do curioso facto de a podermos apagar para dar lugar a uma ainda mais inútil.
Ia-me esquecendo do fenómeno do Like! Ora, presumo que já existam, até na realidade, pessoas que colocam mentalmente um Like! em cada objecto, ideia ou pensamento. Perder horas e horas no Facebook em vez de fazer um esforço para combater a péssima situação económica? Like! E, no caso da juventude, passar séculos no Facebook em vez de estudar para tentar ter uma vida razoável? Não é preciso! Afinal, para que serve o subsídio de desemprego?
...



..
....
O(s) Nosso(s) “Amiguinho(s)”
(Maria Inês Castro, 10C)

Eu não consigo viver sem ele! É bonito, esperto, extremamente multifuncional… Levo-o para todo o lado e não me importo nada de o aturar o dia todo. Sim, o meu telemóvel faz definitivamente parte da minha vida. Mas, como eu, há milhões de pessoas que têm um “amiguinho” assim. Ou melhor: têm vários. Uma pessoa consegue chegar ao cúmulo de ter mais do que três “amiguinhos”. Sinceramente, acho isso ridículo! Deve ter um telemóvel para falar com a mãe, outro para falar com o cão, outro para falar com o piriquito ou com o Senhor José, que semanalmente lhe regista o totoloto.
Claro que não é nada bom sofrer desta dependência, toda a gente sabe. No entanto, é irresistível, principalmente quando encontramos um telemóvel todo jeitosinho e baratucho! Só há uma coisinha que me irrita: porque é que as pessoas, enquanto mandam mensagens, olham para todo o lado menos para o ecrã?! É só mesmo para mostrar que conseguem fazer mais do que uma coisa ao mesmo tempo! Uau… Que impressionante! Enfim… O que é que se pode fazer? Provavelmente, ganhar juízo seria uma opção, mas estou só a sugerir…
Para concluir, tenho a solução para toda esta dependência! Não, nada de rehabs nem coisas desse género. Claro que exige esforço e muita força de vontade, porém, acho que devíamos todos tentar. Então, aqui vai: que tal deixarmos de lado o nosso “amiguinho” e falarmos verdadeiramente com as pessoas, tipo, pessoalmente, frente-a-frente? Vá lá, ânimo! Nós até conseguimos… Ou não?
..
--
A Dependência Móvel
(António Ramadas, 10C)

Caro leitores, nesta crónica, abordarei a questão da dependência do telem… Ups! Esperem um pouco. Estou a receber um smile de uma amiga. Agora vou responder e… já está. Bem, prosseguindo. Quantos de vocês sofrem do síndrome de dependência do produto tecnológico do século? Se for um dos poucos resistentes, não se preocupe. Dou-lhe um ponto a favor, mas vou, desde já, avisá-lo que nesta crónica travará conhecimento com este estranho mundo.
A sociedade pergunta por que é que as pessoas já não são tão comunicativas ou por que é que nos andamos todos a rir sozinhos no meio da rua. Todos sabemos que a causa principal é, de facto, o telemóvel. (Peço desculpa, mas estou a receber uma mensagem da «Inês <3».>
(Acabou agora o saldo! Olha que sorte!) ...


...
Tecno-Dependência
(Fábia Alves, 10C)

Dizer que o mundo é povoado pelos homens ou pelos telemóveis é a mesma coisa: a fatalidade do número. De facto, já existem pessoas com mais do que um telemóvel no bolso. Chegam ao ponto em que estão a responder a chamadas nos vários telemóveis ao mesmo tempo, pedidas no “Vamos ao café?” ou “Dá-me cinco minutos”. As novas tecnologias passaram a ser os imperadores da humanidade.
Diariamente, as pessoas despertam com o telemóvel, consultam a meteorologia ao pequeno-almoço na página do SAPO, sondam as novas tendências da moda na Internet, para irem bem vestidas para o trabalho, e saem de casa a relembrar a agenda para o resto do dia. Mesmo que ignoremos as infinitas mensagens trocadas com amigos e conhecidos, e as chamadas, origina-se um círculo vicioso em que a droga é o telemóvel.
Há dias, decidi visitar aquela tia que nos espreme as bochechas com saudade. Pelo caminho, reparei nas várias pessoas a injectar-se com a sua dose de mensagens para o amigo que não vê há duas horas. Quando cheguei, escutei um toque virtual vindo da sala. Até a minha longínqua tia tinha aderido à febre digital e, por isso, não apresentou o comportamento que era de esperar. Falou-me das trezentas mil funções do pequeno objecto e até do mais infrutífero jogo.
Em suma, os telemóveis já iniciaram a sua conquista do mundo; conduzem-nos à escravidão e colocam de parte o amigo sentado à nossa frente pelo agricultor no jogo do Facebook, que admiramos pelo pequeno ecrã colorido
.

(Textos enviados por Hélder Moreira)

Livros do mês - Outubro

...
Clicar na imagem para visualizar o booktrailer:
...

domingo, 10 de outubro de 2010

Dia Europeu das Línguas



O Dia Europeu das Línguas (DEL) é comemorado todos os anos, desde 2001, em 26 de Setembro, por iniciativa do Conselho da Europa, com o objectivo de celebrar a diversidade das línguas e das culturas existentes no espaço europeu.
O Dia Europeu Das Línguas foi vivido, no nosso colégio, com grande azáfama, entusiasmo e alguma dose de gulodice, perfeitamente justificável! A resposta dos alunos, do 3º Ciclo Básico e Secundário, ao desafio lançado pelos professores ultrapassou o expectável – foi grande a quantidade de iguarias “amassadas e biscoitadas”, no dizer do nosso Gil Vicente, e que representaram os países, cujas línguas os alunos estudam: crêpes de França, scones e muffins de Inglaterra, apffelstrudel da Alemanha e as bolachinhas para o chá da Bisavó Matilde fizeram a delícia e a animação de muitos alunos, professores e funcionários.
O trabalho foi intenso. Desde o rigor da decoração das mesas de serviço, à artística criação de individuais que, nesse dia, deram um toque de cosmopolitismo aos tabuleiros da cantina, ao eficiente serviço de atendimento dos alunos de 12º Ano, à animação musical dos nossos talentosos artistas musicais, à colaboração dos professores de Línguas (e outros, os sempre atentos!) na organização do evento, tudo funcionou em pleno e, arrisco a afirmar, ultrapassou todas as expectativas!

As fotografias testemunham a animação do dia.



Destacamos, ainda, a receita ancestral das bolachinhas para a hora do chá, gentilmente cedida pelo António, aluno do 12º Ano D, e que se transcreve a seguir:

Ingredientes:

500g de farinha sem fermento
200g de açucar
200g de manteiga
2 ovos

Com a batedeira (varetas), misturar bem o açucar com a margarina (aconselho manteiga com sal [publicidade retirada]). Adicionar os ovos 1 a 1 até obter um creme fofo. Juntar a farinha de uma só vez. Estender a massa com o rolo de cozinha até ficar +/- com meio cm de espessura. Cortar com as formas que quisermos. Levar a cozer em forno pré-aquecido cerca de 10/15 minutos (cerca dos 200 graus).
O texto foi corrigido para actualidade, uma vez que esta receita é retirada de um livro de 1932 da minha Bisavó Dona Maria Matilde d'Orta Telles da França Machado.
Votos de sucesso para a confecção.
António Sanches Machado Baião Pinto

(Texto enviado por Auxília Ramos)

Texto de opinião

...
A acção do homem sobre o planeta Terra
...

Maya Lin - Unchopping a Tree from What is Missing? Foundation on Vimeo.

...
Há cerca de uma semana, pelo twitter, Al Gore afirmava: "Em 1987 juntámo-nos e regulámos o uso dos CFCs, resolvendo a questão - o que acabou por resultar. Agora podemos fazer o mesmo com o CO2 e daqui a vinte anos vamos ver a crise climática como algo do passado."
É difícil fazer com que o Mundo perceba que tem de mudar comportamentos para salvar o futuro do nosso planeta. Porém, Al Gore tentou-o, quando percorreu cidades de todo o globo com uma famosa apresentação que tanto chocou as pessoas. E como se não bastasse o seu esforço, foi realizado o documentário "Uma Verdade Inconveniente", com o clima a assumir, claramente, o papel central. Em 2007 este documentário venceu o Óscar de "Melhor Documentário".
Infelizmente, o aquecimento global continuará a aumentar em ritmo galopante, caso nada seja feito para o contrariar. Ainda por cima, hoje em dia, a população mundial usa o equivalente a 1.5 planetas Terra para satisfazer as suas necessidades de consumo. Este panorama agrava-se, quando pensamos em países como os Camarões e a Mauritânia, que ainda não ultrapassaram o limite da biocapacidade, mas que para lá caminham; ou o caso alarmante do Congo, onde claramente se denota o papel que a desflorestação teve no enorme desfalque da sua biocapacidade. Mas o mais grave é quando um país tende a desenvolver necessidades de consumo superiores às desejadas, como acontece com os Estados Unidos ou a Espanha.
Seguindo o conselho de Al Gore, é melhor começar a pensar em algumas soluções para neutralizar as emissões de CO2. Até agora foram vários os países a afirmar o desejo de reduzir as emissões de dióxido de carbono, ou então a diminuir a sua quantidade na atmosfera, tanta quanto a que libertam. É o caso da Islândia e do Vaticano; o primeiro produz cerca de 99% da electricidade e quase 80% de toda a energia produzida, através de energias renováveis; já o segundo comprou uma área verde na Hungria onde diz que plantará as árvores necessárias para compensar as suas emissões.
Concluindo, torna-se cada vez mais urgente encontrar formas de combater o aquecimento global e evitar os desastres que este provoca, mas parece que o prazo está a encurtar e cada vez recebemos mais avisos alarmantes - tsunamis, terramotos e furacões. E como se todas estas catástrofes incontornáveis não bastassem, a BP veio contribuir com o maior derrame de petróleo da história dos Estados Unidos, que vai deixar grandes marcas destruidoras na biodiversidade da zona atingida.
Francisco Gomes, 12º D
(Enviado por Auxília Ramos)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Vargas Llosa - Prémio Nobel da Literatura 2010

...

(Imagem retirada do portal da Wook)
Se clicarem, acedem a uma edição especial do El País sobre o escritor peruano.

domingo, 3 de outubro de 2010