quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Crónica - 10ºAno


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“Facebookmente” Falando
(Tomás Silvestre, 10C)

Muitos consideram-no um flagelo, outros elevam-no a uma salvação e há ainda quem já o tenha como dependência. É verdade, estou a falar do Facebook. Uma simples e pacata rede social que tem, actualmente, cerca de quinhentos milhões de utilizadores activos e um mero valor bolsista de vinte mil milhões de euros. Desde uma quinta virtual com um enorme número de jogadores (exagerado até), a um simples perfil online, o Facebook tem tudo.
É com certeza, a nível mundial, a maior causa de distracção laboral. Imagino quantos patrões já ficaram furiosos ao ver os seus funcionários trocarem o relatório financeiro da sua multinacional por uma rápida espreitadela ao crescimento das suas couves virtuais.
Tudo se sabe nesta maldita rede social. O Feed de Notícias (se é que se lhes pode chamar notícias) é o paraíso de qualquer coscuvilheira que se preze. Esta febre galopante já leva a que várias pessoas actualizem, de meia em meia hora, a sua página através do telemóvel só para informarem a comunidade de que estão a comer bacalhau com todos (informação de interesse e relevo nacional). A médio/ longo prazo, tudo isto levará a uma total destruição do conceito de privacidade, pelo menos enquanto o Facebook for grátis. O verdadeiro negócio por trás deste pequeno site é a publicidade – publicidade essa que se reveste do curioso facto de a podermos apagar para dar lugar a uma ainda mais inútil.
Ia-me esquecendo do fenómeno do Like! Ora, presumo que já existam, até na realidade, pessoas que colocam mentalmente um Like! em cada objecto, ideia ou pensamento. Perder horas e horas no Facebook em vez de fazer um esforço para combater a péssima situação económica? Like! E, no caso da juventude, passar séculos no Facebook em vez de estudar para tentar ter uma vida razoável? Não é preciso! Afinal, para que serve o subsídio de desemprego?
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O(s) Nosso(s) “Amiguinho(s)”
(Maria Inês Castro, 10C)

Eu não consigo viver sem ele! É bonito, esperto, extremamente multifuncional… Levo-o para todo o lado e não me importo nada de o aturar o dia todo. Sim, o meu telemóvel faz definitivamente parte da minha vida. Mas, como eu, há milhões de pessoas que têm um “amiguinho” assim. Ou melhor: têm vários. Uma pessoa consegue chegar ao cúmulo de ter mais do que três “amiguinhos”. Sinceramente, acho isso ridículo! Deve ter um telemóvel para falar com a mãe, outro para falar com o cão, outro para falar com o piriquito ou com o Senhor José, que semanalmente lhe regista o totoloto.
Claro que não é nada bom sofrer desta dependência, toda a gente sabe. No entanto, é irresistível, principalmente quando encontramos um telemóvel todo jeitosinho e baratucho! Só há uma coisinha que me irrita: porque é que as pessoas, enquanto mandam mensagens, olham para todo o lado menos para o ecrã?! É só mesmo para mostrar que conseguem fazer mais do que uma coisa ao mesmo tempo! Uau… Que impressionante! Enfim… O que é que se pode fazer? Provavelmente, ganhar juízo seria uma opção, mas estou só a sugerir…
Para concluir, tenho a solução para toda esta dependência! Não, nada de rehabs nem coisas desse género. Claro que exige esforço e muita força de vontade, porém, acho que devíamos todos tentar. Então, aqui vai: que tal deixarmos de lado o nosso “amiguinho” e falarmos verdadeiramente com as pessoas, tipo, pessoalmente, frente-a-frente? Vá lá, ânimo! Nós até conseguimos… Ou não?
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A Dependência Móvel
(António Ramadas, 10C)

Caro leitores, nesta crónica, abordarei a questão da dependência do telem… Ups! Esperem um pouco. Estou a receber um smile de uma amiga. Agora vou responder e… já está. Bem, prosseguindo. Quantos de vocês sofrem do síndrome de dependência do produto tecnológico do século? Se for um dos poucos resistentes, não se preocupe. Dou-lhe um ponto a favor, mas vou, desde já, avisá-lo que nesta crónica travará conhecimento com este estranho mundo.
A sociedade pergunta por que é que as pessoas já não são tão comunicativas ou por que é que nos andamos todos a rir sozinhos no meio da rua. Todos sabemos que a causa principal é, de facto, o telemóvel. (Peço desculpa, mas estou a receber uma mensagem da «Inês <3».>
(Acabou agora o saldo! Olha que sorte!) ...


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Tecno-Dependência
(Fábia Alves, 10C)

Dizer que o mundo é povoado pelos homens ou pelos telemóveis é a mesma coisa: a fatalidade do número. De facto, já existem pessoas com mais do que um telemóvel no bolso. Chegam ao ponto em que estão a responder a chamadas nos vários telemóveis ao mesmo tempo, pedidas no “Vamos ao café?” ou “Dá-me cinco minutos”. As novas tecnologias passaram a ser os imperadores da humanidade.
Diariamente, as pessoas despertam com o telemóvel, consultam a meteorologia ao pequeno-almoço na página do SAPO, sondam as novas tendências da moda na Internet, para irem bem vestidas para o trabalho, e saem de casa a relembrar a agenda para o resto do dia. Mesmo que ignoremos as infinitas mensagens trocadas com amigos e conhecidos, e as chamadas, origina-se um círculo vicioso em que a droga é o telemóvel.
Há dias, decidi visitar aquela tia que nos espreme as bochechas com saudade. Pelo caminho, reparei nas várias pessoas a injectar-se com a sua dose de mensagens para o amigo que não vê há duas horas. Quando cheguei, escutei um toque virtual vindo da sala. Até a minha longínqua tia tinha aderido à febre digital e, por isso, não apresentou o comportamento que era de esperar. Falou-me das trezentas mil funções do pequeno objecto e até do mais infrutífero jogo.
Em suma, os telemóveis já iniciaram a sua conquista do mundo; conduzem-nos à escravidão e colocam de parte o amigo sentado à nossa frente pelo agricultor no jogo do Facebook, que admiramos pelo pequeno ecrã colorido
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(Textos enviados por Hélder Moreira)

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