quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Leitura e férias (9ºAno)

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Nestes três meses de férias, o tempo livre, conciliado com a liberdade deste período, garantiu-me um vasto leque de actividades, de forma a evitar o tédio que, lentamente, se abatia sobre mim.
Comecei de uma forma normal; acordar tarde, almoçar algo rápido e logo me punha fora de casa. Tardes com amigos no cinema, em casa deles, ou acompanhado por desconhecidos nos passeios, no Metro, habitualmente parando na Casa da Música.
E, assim, o mês de Junho e inícios de Julho, recheados de alegria pós-aulas, não me permitiram deitar a mão sobre nenhum texto.
Com Julho, veio a praia, e com a praia, veio a grande actividade portuguesa de estar parado e deixar o sol actuar, e aí, enquanto os raios embatiam na pele, comecei a ler “A Cidade e As Serras” de Eça de Queiroz. Começando com a descrição de “D. Galeão” e a sua propriedade nos Campos Elísios, nº 202, para onde se retirara após o exílio de D. Manuel, que achava um ultraje.
Aí viveu ele, e o seu filho, e o seu neto Jacinto, uma das grandes personagens da obra.
Nesse momento, entra em cena Zé Fernandes, homem rural de Guiães, que, numa visita ao 202, fica surpreendido com os engenhos e criações da gente “civilizada”.
Em Agosto, já se preparava a saída de Portugal, uma viagem que ocuparia pouco menos de duas semanas, entre o Porto e a cidade italiana de Florença.
Partimos do Porto às 4 horas da manhã e nessa viagem longa tive oportunidade de avançar na leitura do livro de Eça de Queiroz.
Deparava-me agora com o retorno de Zé Fernandes a Paris, onde iria viver com Jacinto e lentamente se ia habituando à vida na cidade, com os telégrafos, os confereçofones, a biblioteca monumental do amigo e as gentes parisienas.
No fim desse dia, chegávamos a Toulouse, na França, não houve visita a nenhuma parte da cidade, simplesmente chegámos ao hotel e dormimos, preparando mais um dia de viagem cansativa.
A caminho de Florença, antes do almoço, decidimos parar no Mónaco, numa baía do Mediterrâneo, visitámos o palácio da família Real e deliciámo-nos com as vistas.
Continuou a leitura. Agora Jacinto debatia-se com o tédio, a cidade parecia-lhe enganadora e ilusória, não ligava a nada, ficando em casa emitindo largos bocejos.
Chegámos a Florença, e durante uma semana a leitura parou e foi substituída por pintura, escultura e arquitectura, desde o enorme Duomo à Ponte Vecchio, a arte estava em todo o lado em Florença. Nessas férias, visitei também Veneza, onde andei de gôndola; Siena, cidade que parecia Florença em miniatura; San Gimignano, onde comi o considerado melhor gelado do mundo; e Pisa, onde observei a sua famosa torre no Campo dei Miracoli.
No regresso a Portugal, a história seguia e desta vez era Jacinto que ia para Tormes, na serra, por ocasião da transladação dos ossos de seu avô, para uma nova igreja.
Depois de várias desventuras, incluindo perda de malas, de mobília e itens “essenciais ao Homem Civilizado”, chegaram a Tormes.
Após uma ausência por duas semanas, Fernandes regressa para ver um Jacinto apaixonado pela serra, com desejo de eliminar a pobreza na sua propriedade.
Eventualmente, numa viagem, Jacinto enamora-se de uma prima de Zé Fernandes, e acabam casando e vivendo na serra.
Setembro chegara, e com ele, as férias acabavam, e eu simplesmente recordo esses momentos que marcaram os meses passados.
Edgar Passos, 9ºD

(Texto enviado por: Lina Soares)

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