domingo, 27 de outubro de 2013

A inadaptação do homem à vida atual


O homem moderno é um produto dissonante. É caraterizado pela incapacidade de acompanhar o próprio ritmo, de viver completamente a vida que projetou para si. Sente uma constante necessidade de afirmação, que resulta de evidência que será sempre pequeno, que o sossego é um conceito ultrapassado e já quase paradoxal.

"O grito", de Edvard Munch, 1893
Efetivamente, o stress é um elemento comum do quotidiano. O mercado de trabalho é demasiado competitivo e o dia-a-dia demasiado exigente para que nos possamos dar ao luxo de “Não cumprir um dever,/Ter um livro para ler/ E não o fazer!” (isso é uma história de outros tempos!). O mundo gira a um ritmo frenético e é cada vez mais difícil acompanhá-lo. As exigências da vida moderna podem levar um homem ao limite. Por exemplo, os pisos de escritórios de grandes multinacionais constituem verdadeiros retratos da sociedade contemporânea. Este tipo de ambientes de trabalho é propício ao stress e a esgotamentos. E para quem não é mais reconhecível a imagem do homem de fato e gravata em cima da ponte já com um pé sobre o rio Hudson?

Os tempos modernos não só mudaram o nosso ritmo de vida, mas também a imagem que temos de nós mesmos, O constante bombardeamento de mensagens publicitárias molda a nossa ideia de homem/mulher. A permanente comparação com modelos inalcançáveis distorce a forma como nos vemos. Como afirma Fernando Pessoa – “(...) estou farto de semideuses! (...) Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?”. Sentimo-nos miseráveis e todas as tentativas de viver parecem-nos, finalmente, patéticas. Quantos escritores sofrem por não escreverem como Camões, cientistas por não serem Einstein ou músicos por não comporem como Mozart? Terão estes, por sua vez, chorado ainda à sombra de gigantes como Homero, Newton ou Bach? Casos paradigmáticos da exigência da sociedade contemporânea são os de anorexia, nos quais a pressão social deixa danos psicológicos graves.

Em suma, o homem tem dificuldades em se adaptar aos tempos em que vive. Haverá mudança? Uma não alteração dos paradigmas modernos implicará que o indivíduo continuará nesta corrida desassossegada atrás de não se sabe bem o quê.

Duarte Magano, 12º ano B (Enviado por Auxília Ramos)

domingo, 20 de outubro de 2013

100 anos de Vinícius de Moraes

O "poetinha", como era carinhosamente chamado, comemoria ontem o seu centenário. Deixamos o link para a página dedicada ao escritor, poeta, diplomata e músico, bem como um vídeo com uma das suas composições mais conhecidas, produzida em parceria com Tom Jobim.

 
 

Ainda José Eduardo Agualusa

Um vídeo do programa "Ler mais, ler melhor", sobre o livro Teoria Geral do Esquecimento, galardoado com o Prémio Namora:
 

 
Sugestão enviada por Auxília Ramos

domingo, 13 de outubro de 2013

Prémio Namora para José Eduardo Agualusa



O último romance do escritor angolano José Eduardo Agualusa, Teoria Geral do Esquecimento, é o vencedor do Prémio Literário Fernando Namora, anunciou de sábado para domingo o júri.
 
No comunicado enviado à imprensa a escolha do júri é justificada pela “escrita ágil de um autor que sabe realizar uma especial economia de efeitos, encontrando uma linguagem em que o português é falado em intercepção com outros modos”, segundo o texto da acta. No mesmo documento o júri salienta que “esta obra engrandece o apurado estilo literário da ficção do autor”.
 
O júri foi presidido pelo escritor Vasco Graça Moura e integrou Guilherme d`Oliveira Martins (Centro Nacional de Cultura), José Manuel Mendes (Associação Portuguesa de Escritores), Manuel Frias Martins (Associação Portuguesa dos Críticos Literários), Maria Carlos Gil Loureiro (Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas), Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual, e ainda Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, pela Estoril Sol.
 
A narrativa do livro de José Eduardo Agualusa centra-se em Luanda, começando nas vésperas da proclamação da independência (11 de Novembro de 1975), quando uma portuguesa decide erguer um muro para se separar do edifício onde mora, acabando por sobreviver isolada durante cerca de 30 anos.
 
Ver notícia completa no Público, aqui.
 
Sugestão enviada por Isabel Moreno.


sábado, 12 de outubro de 2013

Um Nobel para a arte do conto

A notícia é do Público e pode ser lida na íntegra aqui.
 

 
Nascida na província canadiana de Ontário em 1931, a escritora Alice Munro venceu nesta quinta-feira o Prémio Nobel da Literatura, atribuído pela Academia Sueca, que nela reconheceu um “mestre do conto contemporâneo”. Munro recebera já alguns dos mais importantes prémios literários, incluindo, em 2009, o prestigiado Man Booker International Prize, e era há muito uma candidata recorrente ao Nobel da Literatura.
 
Mas quando o secretário permanente da Academia Sueca, Peter Englund, se dirigiu aos jornalistas para anunciar o Nobel da Literatura de 2013, o nome de que se falava era o da jornalista de investigação e prosadora bielorrussa Svetlana Alexievich, que tinha acabado de ultrapassar o japonês Haruki Murakami nas cotações das casas de apostas.
 
Quando recebeu o Man Booker International Prize, o júri justificou a escolha afirmando que a autora, “embora seja essencialmente conhecida como contista, mostra a profundidade, sabedoria e precisão que a maior parte dos ficcionistas só consegue alcançar numa vida inteira a escrever romances”. Foi Cynthia Ozick, ela própria uma talentosa contista, que, reconhecendo a consumada mestria de Munro na história breve, lhe chamou há alguns anos o Tchekov do nosso tempo, uma aproximação que, desde então, muitos críticos têm glosado.
 
Tal como nos contos do mestre russo, o enredo é relativamente secundário nas histórias desta canadiana, povoadas de personagens e assuntos triviais, e cuja força está muitas vezes no súbito impacto de um momento iluminante e revelador. Quase todos os seus contos têm como cenário a região sudoeste da província canadiana de Ontário, o que tem levado a que seja comparada a outros ficcionistas cujas obras se centram na vida de pequenas cidades, como Sherwood Anderson, Flannery O'Connor ou Carson McCullers.
 
A notícia do Nobel chegou ao Canadá de noite, quando Munro dormia. A autora contou à televisão canadiana CBC que foi acordada pela filha: “Sabia que era uma das candidatas, mas nunca pensei que fosse ganhar.”
 
Munro disse ainda que ganhar o prémio é “formidável” e mostrou-se feliz por o mundo descobrir a sua escrita.
 
Nascida numa família de criadores de raposas, Alice Munro começou a escrever na adolescência, tendo publicado o seu primeiro conto, The Dimensions of a Shadow, em 1950, quando frequentava a universidade. Ao mesmo tempo, ia ganhando dinheiro em empregos ocasionais, trabalhando em restaurantes, na apanha de tabaco, ou como bibliotecária.
 
A sua primeira colectânea de histórias, Dance of the Happy Shades, saiu em 1968 e foi um sucesso imediato, tendo ganho o mais importante prémio literário canadiano e recebido o elogio unânime da crítica. O livro seguinte, Lives of Girls and Women (1971), é ainda hoje o seu único romance, e não falta quem ache que se trata, na verdade, de uma sucessão de contos articulados entre si.
 
Munro publicou mais de uma dúzia de colectâneas de histórias curtas, muitas delas editadas em Portugal pela editora Relógio d’Água, incluindo a mais recente, Amada Vida (Dear Life, 2012), traduzida pelo poeta José Miguel Silva.
 
Outros livros de Monro disponíveis em edição portuguesa são O Progresso do Amor (The Progress of Love, 1986), O Amor de Uma Boa Mulher (The Love of a Good Woman, 1998), Fugas (Runaway, 2004), A Vista de Castle Rock (The View from Castle Rock, 2006) e Demasiada Felicidade (Too Much Happiness, 2009).
in Público, 11/10/2013
 


 

sábado, 5 de outubro de 2013

Escritaria 2013

A edição deste ano do escritaria, em Penafiel, é dedicada ao escritor Mário de Carvalho. Para aceder à página oficial do projeto, basta clicar na imagem.