quinta-feira, 18 de junho de 2015

Prémio Camões para Hélia Correia


Hélia Correia sucede ao poeta, historiador e memorialista brasileiro Alberto Costa e Silva, que ganhou o prémio em 2014, e a sua escolha volta a deixar Portugal e o Brasil empatados, com 11 escritores de cada um dos países na lista de premiados.
Não foi a primeira vez que o nome de Hélia Correia surgiu candidato ao Prémio Camões, em 2010, ano do brasileiro Ferreira Gullar ela esteve na disputa até ao fimO júri que escolheu Hélia Correia integrou dois portugueses (o poeta e crítico literário Pedro Mexia e a ensaísta Rita Marnoto, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra), dois brasileiros (o poeta e ensaísta Antonio Carlos Secchin e o escritor Affonso Romano Sant'Anna) e dois representantes dos países africanos de língua portuguesa: a ensaísta santomense Inocência Mata, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e o escritor moçambicano Mia Couto, vencedor do prémio Camões em 2013.



O poeta e crítico literário Pedro Mexia, que pela primeira vez fez parte do júri, ao telefone do Rio de Janeiro disse ao PÚBLICO que a decisão “foi extremamente fácil”. Embora Hélia Correia “não seja um nome tão óbvio no Brasil como é em Portugal”, depois de ter sido lançado à discussão, “e tendo em conta que para os jurados brasileiros o nome já estava em cima da mesa de uma votação anterior, foi relativamente pacífico”. Mesmo quem não a tinha na sua lista, “não pôs nenhuma objecção”. A decisão só não foi mais rápida porque houve alguns problemas logísticos – o escritor Mia Couto participou na reunião via Skype e aconteceram alguns problemas de ligação. 
Uma das razões que pesou na escolha do júri foi a sua polivalência em termos de géneros e de estilos. Hélia Correia escreve romance, novela, conto, teatro e poesia e os seus livros são muito diferentes uns dos outros. “Há escritores que escrevem sempre o mesmo livro. Hélia Correia, tendo o seu imaginário, tem livros bastante diferentes entre si”, explica Pedro Mexia. Importante foi também “o diálogo que a autora estabelece com as tradições: com a Antiguidade Clássica, sobretudo grega” e com “um imaginário que não é bem mágico, é telúrico, também de fadas e assombrações”, explica o crítico. “Há um lado também gótico na literatura dela e referências à literatura contemporânea, que vão desde uma personagem de José Saramago até aos livros da literatura inglesa, os vitorianos, as irmãs Brontë e aos pré-rafaelitas.”
in Público

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Dia Mundial da Criança



















A Criança que pensa em fadas e acredita nas fadas 
Age como um deus doente, mas como um deus. 
Porque embora afirme que existe o que não existe 
Sabe como é que as cousas existem, que é existindo, 
Sabe que existir existe e não se explica, 
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir, 
Sabe que ser é estar em algum ponto 
Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer.


Alberto Caeiro, in Poemas Inconjuntos
Enviado por Auxília Ramos