quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Visita a Mafra | 12ºano



Às seis da manhã, ainda é noite, do dia vinte de novembro de dois mil e treze sai do Porto o décimo segundo ano do colégio Luso-Francês, com exceção de uns poucos alunos que decidiram não ir, com certeza que motivos maiores os prenderam à cidade invicta, num total de cinco turmas, umas maiores que outras, mas nenhuma grande o suficiente para conter nomes começados por cada uma das letras do alfabeto, acompanhado de um grupo de professores, pois claro, pode-se imaginar o que fariam eles sozinhos, em direção a Mafra numa visita de estudo no âmbito da disciplina de Português, como diz a carta que levaram para casa os mesmos alunos uns dias antes, para aprofundar a compreensão da obra “Memorial do Convento”, que, no entanto, só será estudada no próximo ano, dois mil e catorze, que pensarão Caeiro e Reis que veem assim o seu estudo a ser interrompido pelo Saramago, não pensam, é verdade, isso cabe ao ortónimo.

Pelas onze horas começa a visita guiada ao convento ou basílica ou palácio de Mafra, Foi mandado construir por D. João V por causa de uma promessa que fez a um frade franciscano, O projeto inicial era um convento para treze frades, tendo esse número sido depois alargado para  trezentos, Chegaram a trabalhar em Mafra, que não passava de uma aldeia, cerca de cinquenta e dois mil homens, cinquenta e dois mil, Sabem quantas pessoas tinha Portugal na altura, Dois milhões, Muito bem, Eu sei destas coisas, e a risada é geral, até dos professores, que hoje parecem estar bem-dispostos. Contemplam os alunos e professores a magnífica basílica, acompanhados pelo discurso da guia, novo para os alunos, os que prestaram atenção, semelhante a algo que já tinham ouvido para os professores, enervantemente repetitivo para as velhas paredes as igreja, que estão fartas de ouvir como foram construídas, Que bonito, pensarão uns, Que desperdício de tempo e dinheiro nesta obra, Será que falta muito tempo para o almoço. Percorrem os corredores pelos quais el-rei nunca pousou el-pé, veem a cama na qual ele nunca dormiu, visitam o quarto da rainha no qual ele nunca chegou, como diz a guia, a “cumprir a função”, que piada ainda acham alguns alunos a estes eufemismos, tão imaturos e já para o ano vão para a faculdade, e no a seguir estão a trabalhar, e no a seguir são mães e pais, meu Deus, a vida está prestes a precipitar-se-lhes, mas, para já, calma, para já o que interessa é encontrar alguém que saiba quanto falta para ir almoçar, Pergunta-lhe a ele, que costuma saber destas coisas, Meia-hora, podia ser pior. Passam pela biblioteca, elegante mas severa, em forma de cruz, com mais de trinta e dois mil livros, Isso é muito livro, e eu nem comecei o Memorial, mas também aquele livro é enorme, e não se percebe nada do que ele diz, mais vale comprar os resumos pretos e amarelos, Ei, tu, tira-me uma foto na biblioteca para pôr no face. Têm alguma pergunta, há mais alguma coisa que queiram saber, não, então espero que tenham gostado desta visita e até à próxima. Chega por fim a hora de almoço, já era sem tempo.

Mas como passam rápido os intervalos, o que é bom é deambular sem propósito pelos corredores do colégio ou pelas ruas de Mafra, melhor ainda pelas ruas, que não se tem de usar polo,  aproveitar o não ter nada para fazer antes que dê o toque ou que comece o teatro, O quê, já temos de ir, Depressa, depressa, que o espetáculo vai começar. Entram numa sala escura, Qual é a ideia das luzes, É interativo, Não me parece a mim que esteja a funcionar. O teatro começa, já está toda a gente a ir para outra sala, nesta é para ficar até ao fim. O Baltasar e a Blimunda estão a ajudar o padre Bartolomeu, Que engraçado, os nomes deles começam todos por “B”, só agora é que reparei. O que é que se está a passar, eles deitaram uns panos brancos pelo palco e agora estão em cima de uma máquina estranha com a forma de pássaro, estarão a voar, agora é que dava jeito eu ter lido o livro, ou até o livro de resumos que às tantas bastava. Faltará muito para acabar, estes lugares não são muito confortáveis, já me doem as costas, se fossem mais confortáveis fechava os olhos que era uma maravilha, os professores estão lá à frente e está escuro e ninguém reparava, será que falta muito para acabar. O teatro, finalmente, acaba, como a visita de estudo acaba, e ainda bem que já é tarde e amanhã há aulas, e como tudo na vida acaba, exceto o convento de Mafra, que fica incompleto para cumprir o seu verdadeiro propósito, deste não tinha conhecimento D. João mas dele fez parte, que é o de servir de monumento ao espírito português.
Duarte Magano, 12ºB
Enviado por: Auxília Ramos

domingo, 24 de novembro de 2013

sábado, 16 de novembro de 2013

Dia do Desassossego: Saramago faria hoje 91 anos



















O escritor José Saramago faria hoje 91 anos. A sua Fundação preparou um programa especial para hoje. Para espreitar aqui.

A propósito desta efeméride,  a Caminho, em parceria com a Fundação José Saramago, acaba de dar à estampa uma nova edição de A Maior Flor do Mundo com ilustrações de André Letria.

O livro foi lançado hoje, no Dia do Desassossego, 16 de novembro, pelas 18h, na Casa dos Bicos, com a apresentação a cargo de Jorge Silva.

Ao conto de José Saramago, acresce um conjunto de sugestões como "pontos de partida para fazeres tuas todas as maiores flores do mundo", propostos pela Fundação, reforçando o cariz pedagógico e lúdico desta história.

Como refere José Saramago: "E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?"

 
 
 
Por ocasião do 15º anoversário da atribuição do Prémio Nobel, sobe ao palco, no Teatro da Trindade, em Lisboa, a peça A Noite, que Saramago ironicamente introduz desta forma:
 
O ato passa-se na redação de um jornal, em Lisboa, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974.
Qualquer semelhança com personagens da vida real e seus ditos e feitos é pura coincidência. Evidentemente.
(José Saramago)
 
 

 
 
Sugestão enviada por Auxília Ramos

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Cátedra Poesia e Transcendência - Sophia de Mello Breyner Andresen


 
 
Ontem, pelas 18horas,foi [re]apresentada a Cátedra Poesia e Transcendência – Sophia de Mello Breyner Andresen, na Universidade Católica – Porto. O nosso querido amigo, Prof. Dr. José Rui Teixeira, nomeado diretor da Cátedra de Sophia no dia 17 de maio, leu a conferência «O vazio que persiste à minha beira. Sobre o lugar de Deus na poesia contemporânea».

Apesar de um fim de tarde cinzento, a ameaçar chuva, o auditório Carvalho Guerra encheu-se de amigos que partilham o mesmo fascínio pela poesia luminosa de Sophia e o auditório, como afirmou o José Rui, tornou-se numa “casa habitada”.

A Prof.ª Doutora Maria João Reynaud fez a evocação da memória de Sophia de Mello Breyner Andresen, lendo alguns dos seus poemas.

 

Senhor, se da tua pura injustiça

Nascem os monstros que em minha roda eu vejo

É porque alguém te venceu ou desviou

Em não sei que penumbra os teus caminhos

 

Foram talvez os anjos revoltados.

Muito tempo antes de eu ter vindo

Lá se tinha a tua obra dividido

 

E em vão eu busco a tua face antiga

És sempre um deus que nunca tem um rosto

 

Por muito que eu te chame e te persiga.

 

Sophia de Mello Breyner Andresen, Se da Tua Pura Justiça

 

«Com efeito, não sei se Deus está mais presente na poesia [na arte, na literatura] contemporânea do que em outros modos de presença [e pertença], em outros contextos histórico-culturais. Nem sei se a poesia [a arte, a literatura] serve os propósitos de um modelo de evangelização convencional. Mas estou certo de que Deus não está mais presente numa poesia que o enuncia explicitamente do que numa poesia que arrisca intuí-lo, que o pressente implicitamente. Creio que o sentimento de ausência é tantas vezes a afirmação funâmbula de uma presença mais pura[1]. E creio que o Deus implícito na obra de tantos poetas contemporâneos é aquele no qual a profissão de fé continua a ser um horizonte de possibilidade de abertura à transcendência, a verdade íntima do mistério do Homem que se coloca diante do mistério de Deus, a inteligibilidade do Homem que percebe, na sua intrínseca ininteligibilidade, a inteligibilidade em que Deus se torna poeticamente inteligível.»
José Rui Teixeira
 
Enviado por Auxília Ramos




[1] … expressão de José Tolentino de Mendonça [Baldios, Assírio & Alvim, 1999, p.53)

Na pele de Caeiro

Os alunos do 12ºano colocaram-se na pele de Alberto Caeiro, um dos heterónimos pessoanos, e traçaram o seu autorretrato. Eis alguns dos textos produzidos:
 
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Sou Alberto Caeiro. Nasci, chorei, respirei, vi, ouvi, cheirei, comi e bebi, adormeci, dormi e acordei, falei, senti frio e calor, vento e chuva, caminhei, li (pouco), escrevi, sujei-me e lavei-me, vesti, cozinhei, plantei, abri portas e gavetas, e fechei-as, penteei-me. Ainda não morri, porque ainda sinto.
Duarte Magano, 12º ano B
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Nunca serei mais do que aquilo que sou. As coisas que senti, não com as emoções, mas com o que os sentidos me transmitiram, foram o que aprendi, “Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras,/Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.” As pedras que calquei definiram-me. Fui livre na Natureza, sou o seu poeta, “(..)fui o único poeta da Natureza.”
Encontrei a felicidade numa vida sem ambições, “Fui feliz porque não pedi coisa nenhuma”, porque as coisas simples traziam-me a paz, eram tão comuns como o sol ou a chuva, que me faziam “(…)não ir mais longe.”
Fui criança, tornei-me homem. Tudo tinha um sentido, as coisas não necessitavam de explicação, eram como são e sempre serão. A minha escrita mostra o que a vida pragmática me ensinou, um mundo objetivo e simples, que não passa do que vejo, ouço, cheiro, sinto. E tal homem me fiz que criança voltei a ser, “fechei os olhos e dormi”.
Beatriz Valongo 12ºano B
 

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  Alberto Caeiro desloca-se a uma escola secundária do concelho do Porto. Chega cedo, tal como sempre, e é acompanhado a uma sala ampla onde se encontram perto de oitenta alunos. Entra, tira a boina, sorri ligeiramente, tão envergonhado se encontra, que isto de cantar poesia é uma coisa, mas de contá-la é outra. Os alunos batem palmas, alguns assobiam, ao fim de um minuto todos estão sentados e prontos para ouvir o mestre.
  Começa Caeiro:
  - Meus queridos amigos, bom dia. Chamo-me Alberto Caeiro e, e, bem como devem saber (era sempre um problema para Caeiro fitar dezenas de olhos colocados no seu) escrevi, escrevi, hã, o Guardador de Rebanhos que é, que é, bem vocês sabem é (risos na sala) é…
  - Uma coletânea de poemas- completa uma professora, que de pé, encostada à parede, assistia à palestra.
  - Sim é isso, é mesmo isso - responde Caeiro atrapalhado.
  Depois deste momento mais informal, a plateia concentra-se e escuta Caeiro, que parece agora mais solto da atrapalhação inicial que dele se apoderara.
  - Bem, meus amigos, vim aqui para vos falar do processo de criação poética. O que eu sinto quando crio esta poesia, que nem sei se assim lhe posso chamar, é algo de maravilhoso. Sabem eu tinha um amigo, o Fernando Pessoa, eu não sei se vocês o conhecem, é assim um homem baixo com um bigode e uns óculos com lentes circulares, que anda sempre de chapéu… Bem, adiante, ele tinha dores de pensar, bem não eram dores, dores, era assim uma espécie de tristeza, que eu acho que ele fingia aquilo tudo, só podia, porque é impossível alguém estar sempre assim a pensar como ele. Eu acho assim um bocado esquisita essa maneira de ser, eu que tanto gosto de sentir a realidade, de ouvir bater o ritmo das palavras como ouço o bater do meu coração, de fazê-las correr como corre o vento que refresca as tardes quentes de agosto, enfim de viver aquilo que sinto e sentir aquilo que amo. Uma coisa vos digo, queridos alunos, não deixeis de confiar em vocês próprios porque no fundo se souberdes sentir, sabereis também aprender a viver a vossa felicidade.
  Lá fora a campainha toca. Os alunos levantam-se e, de pé, batem palmas. Uma professora sai do meio da assembleia com um ramo de flores e entrega-o a Caeiro. Este agradece, despede-se e sai.
  Já no corredor, inspira fundo e murmura para si próprio:
  - E assim sem pensar tenho a Terra e o Céu.
Diogo Domingos, 12º Ano D
*
Sou o Alberto Caeiro, nada mais, nada menos, chamam-me poeta e poesia aos versos que escrevo, mas, não sou mais do que um homem, tal como todos os outros. A minha vida baseia-se nos sentidos, dando preferência à visão, pois é através desta que é possível conhecer realmente a verdade, “Sei a verdade e sou feliz”. Não pedi nada nem procurei nada e, mesmo assim, encontrei a felicidade. Nunca perdi tempo a pensar, pois é através da visão que compreendo e percebo o mundo. Não sigo nenhuma religião dos homens, sigo uma universal, partilhada só com as outras coisas de que este mundo está cheio. Assim me despeço sem mais nada a acrescentar, adeus e tenham uma boa vida.
Diogo Flávio, 12º B
*
O meu nome é Alberto Caeiro. Creio que “Sou fácil de definir”: nasci não há muitos anos e “Nunca fui senão uma criança que brincava.”.
Aproveito todos os dias da minha vida, amando “as coisas sem sentimentalidade nenhuma.”. E, apercebendo-me das suas diferenças através dos cinco sentidos, dou primazia à visão. Contudo, não penso, isto é, não analiso e interpreto o que me rodeia, pois “Compreender (…) com o pensamento seria achá-las todas iguais.”.
Fui feliz, porque “Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, (…)”, contentando-me sempre com o que me é proporcionado: sol quando há sol e chuva quando chove. Fui, por isso, “(…) o único poeta da Natureza.”.
Não “(…) procurei achar nada,” nem explicações nenhumas. Não anseio por coisa nenhuma… Nem receio a morte.
Maria Francisca Cunha, 12º Ano B
*
Poesia… Escrevo poesia, mas não para os outros, somente para mim mesmo. Não tenho um nome sonante, não fui Van Gogh ou Fleming, limitei-me à minha insignificância de ser Alberto, Alberto Caeiro. Preocupações? Não as tenho. Não vivo dominado pela mesma dor que angustia tudo e todos, existo de um modo claro e puro, vivo intensamente e completo-me de uma maneira quase absurda, mas não estou só. Não. Não estou só.
Sou ingénuo, inocente e intuitivo, desprendo-me da emoção e sou guiado pela visão, pela objetividade e pelo concreto. Nada procuro, porque nada tenho para procurar, tudo me é dado com um propósito, e eu não questiono esse prepósito. Não, “Compreendo que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras; / Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento. / Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.”
Maria Ana, 12º Ano E
*
Nem sei o que escrever, sou facilmente definido em poucas palavras. Resumindo, gosto de ver. Mas um ver sem sentimento, como o de uma criança, um ver pagão, regido por uma religião universal. Sou uma pessoa simples, nunca quis mais do que tenho, e o que tenho simplesmente agrada-me. Gosto do sol e da chuva, e sou senhor de mim e do meu tempo.
Beatriz Xavier, 12º Ano A
 *
PROCURA-SE EMPREGO
26 anos. Poeta.
Apologista da simplicidade. Descreve a realidade objetivamente.
Intimamente ligado com a Natureza, procura emprego na área das Letras. Preferência, nada relacionado com teorias religiosas e filosóficas.
 
Verónica Cunha, 12º Ano A
 
 
 
*
Saudações... O meu nome é Alberto... Caeiro.
A minha vida foi simples... Tive uma infância repleta de alegrias e brincadeiras. Estive ao sol, quando tinha que estar ao sol, e à chuva, quando tinha que estar à chuva. Vivi desprovido de preocupações, aproveitando a vida que o campo me proporcionou. Aprendi a olhar para perceber, a ouvir para ver e a cheirar para conhecer... Cresci através dos meus olhos e das minhas mãos, não através do meu pensamento e do meu coração. Aliás, sempre compreendi tudo, “mas nunca com o pensamento”.
Quando um dia me for, quero que saibam que “nunca tive um desejo que não pudesse realizar, (...)”.
Ana Marta Bandeira, 12º Ano B
 *
Alguém fácil de definir!
Ligeiro no sentir,
Beatífico sem pensamento
E com o ver como acompanhamento.
Recusa a insatisfação,
Tendo saber sem instrução.
Olha na diferença e não na ilusão.
 
Criança simples e com diversão,
Abraça a simplicidade
E não questiona a complexidade.
Intitula-se como pagão,
Regula-se pelo acaso,
Orienta-se ao seu agrado.
Baltasar Aroso, 12º Ano B
 
           *
    
          

Sou alguém “fácil de definir”, que ama “as coisas sem sentimentalidade nenhuma”, valorizando apenas o que os meus olhos veem. E estes bastam para me sentir feliz!
            E nada melhor do que a natureza para me proporcionar essa felicidade, porque é autêntica, natural, espontânea, despertando em mim a tranquilidade de que preciso. Assim se compreenderá porque sou avesso ao pensamento! Na verdade, ele “deturpa” as sensações e afasta-me da criança que sempre fui e do que nela valorizo – a sua sinceridade, frontalidade e naturalidade. Se tentar compreender, intelectualizando, as emoções que a realidade me transmite, desvirtuá-las-ei. Recuso tudo aquilo que não sinto no imediato, podendo, portanto, afirmar que nunca tive “um desejo que não pudesse realizar”, que nunca exigi “coisa nenhuma”, nem procurei “achar nada”: o que vejo e o que sinto bastam-me!          
            Tenho consciência de que o Homem, na procura constante de compreender o que o rodeia, acaba por não viver plenamente. Preocupamo-nos em demasia em normalizar as coisas, impedindo-nos, nós próprios, de apreciar a realidade natural que nos envolve, como “o sol e a água” ou “o vento”, elementos naturais que venero convictamente. Estes são a minha verdadeira “religião”, através da qual sou inegável e simplesmente feliz!
                                                                                              Alberto Caeiro, 1910
José Diogo Chaves