quinta-feira, 25 de junho de 2009

Maria Filomena Mónica

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Nova edição (aumentada) da biografia de Eça de Queirós, de Maria Filomena Mónica (edição Quetzal).
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A este propósito, não posso deixar de confessar a minha admiração pela personalidade forte e inteligência femini(st)na da autora. Fica o link para "Conversas indiscretas", com a entrevista de 14 de Junho: http://www.tvi24.iol.pt/programacao-entrevista/conversa-indiscreta-tvi24-alexandralencastre/1045182-4666.html

quarta-feira, 24 de junho de 2009

No mundo de Sophia

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. Piso às quatro e meia a terra grega. Entrada maravilhosa à saída de Patras. Vamos rente ao mar entre oliveiras e ciprestes e montanhas azuladas. Calor leve, ar perfumado. As montanhas ligam a terra ao Olimpo. Paramos e vou molhar os pés, as mãos, os braços e a cara no mar. A água é maravilhosa, transparente e fresca. Bebo-a. É muito salgada. É a paisagem mais maravilhosa que vi na minha vida.
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No último domingo, o Público mergulhou no espólio de Sophia e partilhou alguns inéditos com os leitores. Vale a pena espreitar e ler aqui.

domingo, 14 de junho de 2009

Casa Fernando Pessoa

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Informações retiradas do blogue da Casa Fernando Pessoa:
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O filme Os Mistérios de Lisboa or What the Tourist Should See, que o realizador José Fonseca e Costa rodou a partir de uma obra de Fernando Pessoa, é exibido este sábado, em antestreia, em Lisboa. O filme será mostrado no cinema São Jorge no dia do 121º aniversário do nascimento de Fernando Pessoa. Escrito, adaptado e realizado por José Fonseca e Costa, o filme estrutura-se em torno de um guia que o poeta Fernando Pessoa escreveu em 1925 sobre Lisboa. O livro, descoberto apenas em 1988 no espólio do poeta, destinava-se a mostrar Lisboa aos turistas que visitassem a capital e foi redigido originalmente em inglês. No filme, mais do que mostrar monumentos, jardins, praças e ruas de Lisboa como um postal ilustrado, José Fonseca e Costa quis sobretudo prestar homenagem a Fernando Pessoa, num percurso que dá a conhecer a cidade, mas também Portugal. (fonte: DN)
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Biblioteca de Fernando Pessoa digitalizada
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O projecto era ambicioso: digitalizar integralmente a biblioteca de Fernando Pessoa. 1400 livros, digitalizados ao ritmo de 30 por dia ao longo de um ano. No site da Casa Fernando Pessoa todos vão poder folhear os livros do poeta, encontrando notas que Pessoa foi deixando nas margens. Um contributo valioso para saber mais sobre Fernando Pessoa.
(enviado por Auxília Ramos)

sábado, 13 de junho de 2009

Tempo para ler

Encontrei na revista LER:
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As sugestões do Plano Nacional de Leitura, dos 8 aos 16anos , aqui.
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E, para quem vai viajar, cidades que são cenários de grandes clássicos da literatura: visitar de livro debaixo do braço... Aqui

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Camões ou o sentido agudo da decadência - II

O discurso sóbrio e realista de António Barreto:
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Senhor Presidente da República,
Senhor Presidente da Assembleia da República, Senhor Primeiro-ministro,
Senhores Embaixadores,
Senhor Presidente da Câmara de Santarém,
Senhoras e Senhores,
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Dia de Portugal... É dia de congratulação. Pode ser dia de lustro e lugares comuns. Mas também pode ser dia de simplicidade plebeia e de lucidez.
Várias vezes este dia mudou de nome. Já foi de Camões, por onde começou. Já foi de Portugal, da Raça ou das Comunidades. Agora, é de Portugal, de Camões e das Comunidades. Com ou sem tolerância, com ou sem intenção política específica, é sempre o mesmo que se festeja: os Portugueses. Onde quer que vivam.
Há mais de cem anos que se celebra Camões e Portugal. Com tonalidades diferentes, com ideias diversas de acordo com o espírito do tempo. O que se comemora é sempre o país e o seu povo. Por isso o Dia de Portugal é também sempre objecto de críticas. Iguais, no essencial, às expressas por Eça de Queirós, aquando do primeiro dia de Camões. Ele afirmava que os portugueses, mais do que colchas às varandas, precisavam de cultura.
Estranho dia este! Já foi uma "manobra republicana", como lhe chamou Jorge de Sena. Já foi "exaltação da raça", como o designaram no passado. Já foi de Camões, utilizado para louvar imperialismos que não eram os dele. Já foi das Comunidades, para seduzir os nossos emigrantes, cujas remessas nos faziam falta. E apenas de Portugal.
Os Estados gostam de comemorar e de se comemorar. Nem sempre sabem associar os povos a tal gesto. Por vezes, quando o fazem, é de modo desajeitado. "As festas decretadas, impostas por lei, nunca se tornam populares", disse também Eça de Queirós. Tinha razão. Mas devo dizer que temos a felicidade única de aliar a festa nacional a Camões. Um poeta, em vez de uma data bélica. Um poeta que nos deu a voz. Que é a nossa voz. Ou, como disse Eduardo Lourenço, um povo que se julga Camões. Que é Camões. Verdade é que os povos também prezam a comemoração, se nela não virem armadilha ou manipulação.
Comemora-se para criar ou reforçar a unidade. Para afirmar a continuidade. Para reinterpretar o passado. Para utilizar a História a favor do presente. Para invocar um herói que nos dê coesão. Para renovar a legitimidade histórica. São, podem ser, objectivos decentes. Se soubermos resistir à tentação de nos apropriarmos do passado e dos heróis, a fim de desculpar as deficiências contemporâneas.
Não é possível passar este dia sem olharmos para nós. Mas podemos fazê-lo com consciência. E simplicidade.
Garantimos com altivez que Camões é o grande escritor da língua portuguesa e um dos maiores poetas do mundo, mas talvez fosse preferível estudá-lo, dá-lo a conhecer e garantir a sua perenidade.
Afirmamos, com brio, que os portugueses navegadores descobriram os caminhos do mundo nos séculos XV e XVI e que os portugueses emigrantes os percorreram desde então. Mais vale afirmá-lo com o sentido do dever de contribuir para a solidez desta comunidade.
Dizemos, com orgulho, que o Português é uma das seis grandes línguas do mundo. Mas deveríamos talvez dizê-lo com a responsabilidade que tal facto nos confere.
Quando se escolhe um português que nos representa, que nos resume, escolhe-se um herói. Ele é Camões. Podemos festejá-lo com narcisismo. Mas também com a decência de quem nele procura o melhor.
Os nossos maiores heróis, com Camões à cabeça, ilustraram-se pela liberdade e pelo espírito insubmisso. Pela aventura e pelo esforço empreendedor. Pela sua humanidade e, algumas vezes, pela tolerância. Infelizmente, foram tantas vezes utilizados com o exacto sentido oposto: obedientes ou símbolos de uma superioridade obscena.
Ainda hoje soubemos prestar homenagem a Salgueiro Maia. Nele, festejámos a liberdade, mas também aquele homem. Que esta homenagem não se substitua, ritualmente, ao nosso dever de cuidar da democracia.
As comemorações nacionais têm a frequente tentação de sublinhar ou inventar o excepcional. O carácter único de um povo. A sua glória. Mas todos sentimos, hoje, os limites dessa receita nacionalista. Na verdade, comemorar Portugal e festejar os Portugueses pode ser acto de lucidez e consciência. No nosso passado, personificado em Camões, o que mais impressiona é a desproporção entre o povo e os feitos, entre a dimensão e a obra. Assim como esta extraordinária capacidade de
resistir, base da "persistência da nacionalidade", como disse Orlando Ribeiro. Mas que isso não apague ou esbata o resto. Festejar Camões não é partilhar o sentido épico que ele soube dar à sua obra maior, mas é perceber o homem, a sua liberdade e a sua criatividade. Como também é perceber o que fizemos de bem e o que fizemos de mal. Descobrimos mundos, mas fizemos a guerra, por vezes injusta. Civilizámos, mas também colonizámos sem humanidade. Soubemos encontrar a liberdade, mas perdemos anos com guerras e ditaduras.
Fizemos a democracia, mas não somos capazes de organizar a justiça. Alargámos a educação, mas ainda não soubemos dar uma boa instrução. Fizemos bem e mal. Soubemos abandonar a mitologia absurda do país excepcional, único, a fim de nos transformarmos num país como os outros. Mas que é o nosso. Por isso, temos de nos ocupar dele. Para que não sejam outros a fazê-lo. Há mais de trinta anos, neste dia, Jorge de Sena deixou palavras que ecoam. Trouxe-nos um Camões humano, sabedor, contraditório, irreverente, subversivo mesmo. Desde então, muito mudou. O regime democrático consolidou-se. Recheado de defeitos, é certo.
Ainda a viver com muita crispação, com certeza. Mas com regras de vida em liberdade. Evoluiu a situação das mulheres, a sua presença na sociedade. Invisíveis durante tanto tempo, submissas ainda há pouco, as mulheres já fizeram um país diferente.
Mudou até a constituição do povo. A sociedade plural em que vivemos hoje, com vários deuses e credos, com dois sexos iguais, com diversas línguas e muitos costumes, com os partidos e as associações que se queira, seria irreconhecível aos nossos próximos antepassados.
A sociedade e o país abriram-se ao mundo. No emprego, no comércio, no estudo, nas viagens, nas relações individuais e até no casamento, a sociedade aberta é uma novidade recente.
A pertença à União Europeia, timidamente desejada há três décadas, nem sequer por todos, é um acto consumado.
A estes trinta anos pertence também o Estado de protecção social, com especial relevo para o Serviço Nacional de Saúde, a segurança social universal e a escolarização da população jovem. É certamente uma das realizações maiores.
Estas transformações são motivo de regozijo. Mas este não deve iludir o que ainda precisa de mudança. O que não foi possível fazer progredir. E a mudança que correu mal.
A Sociedade e o Estado são ainda excessivamente centralizados. As desigualdades sociais persistem para além do aceitável. A injustiça é perene. A falta de justiça também. 0 favor ainda vence vezes de mais o mérito. O endividamento de todos, país, Estado, empresas e famílias é excessivo e hipoteca a próxima geração. A nossa pertença à União Europeia não é claramente discutida e não provoca um pensamento sério sobre o nosso futuro como nacionalidade independente.
Há poucos dias, a eleição europeia confirmou situações e diagnósticos conhecidos. A elevadíssima abstenção mostrou uma vez mais a permanente crise de legitimidade e de representatividade das instituições europeias. A cidadania europeia é uma noção vaga e incerta. É um conceito inventado por políticos e juristas, não é uma realidade vivida e percebida pelos povos. É um pretexto de Estado, não um sentimento dos povos. A pertença à Europa é, para os cidadãos, uma metafísica sem tradição cultural, espiritual ou política. Os Estados e os povos europeus deveriam pensar de novo, uma, duas, três vezes, antes de prosseguir caminhos sem saída ou falsos percursos que terminam mal. E nós fazemos parte desse número de Estados e povos que têm a obrigação de pensar melhor o seu futuro, o futuro dos Portugueses que vêm a seguir.
É a pensar nessas gerações que devemos aproveitar uma comemoração e um herói para melhor ligar o passado com o futuro.
Não usemos os nossos heróis para nos desculpar. Usemo-los como exemplos. Porque o exemplo tem efeitos mais duráveis do que qualquer ensino voluntarista.
Pela justiça e pela tolerância, os portugueses precisam mais de exemplo do que de lições morais.
Pela honestidade e contra a corrupção, os portugueses necessitam de exemplo, bem mais do que de sermões.
Pela eficácia, pela pontualidade, pelo atendimento público e pela civilidade dos costumes, os portugueses serão mais sensíveis ao exemplo do que à ameaça ou ao desprezo.
Pela liberdade e pelo respeito devido aos outros, os portugueses aprenderão mais com o exemplo do que com declarações solenes.
Contra a decadência moral e cívica, os portugueses terão mais a ganhar com o exemplo do que com discursos pomposos.
Pela recompensa ao mérito e a punição do favoritismo, os portugueses seguirão o exemplo com mais elevado sentido de justiça.
Mais do que tudo, os portugueses precisam de exemplo. Exemplo dos seus maiores e dos seus melhores. O exemplo dos seus heróis, mas também dos seus dirigentes. Dos afortunados, cujas responsabilidades deveriam ultrapassar os limites da sua fortuna. Dos sabedores, cuja primeira preocupação deveria ser a de divulgar o seu saber. Dos poderosos, que deveriam olhar mais para quem lhes deu o poder. Dos que têm mais responsabilidades, cujo "ethos" deveria ser o de servir.
Dê-se o exemplo e esse gesto será fértil! Não vale a pena, para usar uma frase feita, dar "sinais de esperança" ou "mensagens de confiança". Quem assim age, tem apenas a fórmula e a retórica. Dê-se o exemplo de um poder firme, mas flexível, e a democracia melhorará. Dê-se o exemplo de honestidade e verdade, e a corrupção diminuirá. Dê-se o exemplo de tratamento humano e justo e a crispação reduzir-se-á. Dê-se o exemplo de trabalho, de poupança e de investimento e a economia sentirá os seus efeitos.
Políticos, empresários, sindicalistas e funcionários: tenham consciência de que, em tempos de excesso de informação e de propaganda, as vossas palavras são cada vez mais vazias e inúteis e de que o vosso exemplo é cada vez mais decisivo. Se tiverem consideração por quem trabalha, poderão melhor atravessar as crises. Se forem verdadeiros, serão respeitados, mesmo em tempos difíceis.
Em momentos de crise económica, de abaixamento dos critérios morais no exercício de funções empresariais ou políticas, o bom exemplo pode ser a chave, não para as soluções milagrosas, mas para o esforço de recuperação do país.
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quarta-feira, 10 de junho de 2009

10 de Junho - Camões ou o sentido agudo da decadência

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"Este país te mata lentamente" (Sophia)
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Nô mais, Musa, nô mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Düa austera, apagada e vil tristeza.


Luís de Camões, Os Lusíadas
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Estavam no Loreto; e Carlos parara, olhando, reentrando na intimidade daquele velho coração da capital. Nada mudara. A mesma sentinela sonolenta rondava em torno à estátua triste de Camões. Os mesmos reposteiros vermelhos, com brasões eclesiásticos, pendiam nas portas das duas igrejas. O Hotel Aliança conservava o mesmo ar mudo e deserto. Um lindo Sol dourava o lajedo; batedores de chapéu à faia fustigavam as pilecas; três varinas, de canastra à cabeça, meneavam os quadris, fortes e ágeis na plena luz. A uma esquina, vadios em farrapos fumavam; e na esquina defronte, na Havanesa, fumavam também outros vadios, de sobrecasaca, politicando.
— Isto é horrível, quando se vem de fora! — exclamou Carlos.
— Não é a cidade, é a gente. Uma gente feiíssima, encardida, molenga, reles, amarelada, acabrunhada!...
Eça de Queiroz, Os Maias
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É inevitável assinalar o dia de Camões, o dia da lusofonia. Faço-o com o mesmo desalento que o poeta da pátria confessava sentir no final de Os Lusíadas. É no mínimo irónico que a última palavra da obra magna da língua portuguesa seja "enveja" (na edição de Costa Pimpão) - "inveja" e que, quatro séculos depois, Eça retomasse esse mesmo desalento, denunciando esse mesmo traço atávico e ancestral do povo português. O que haverá ainda para celebrar? Ou como diz Pessoa, o outro Camões, "Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. / Senhor, falta cumprir-se Portugal!"
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segunda-feira, 8 de junho de 2009

"Os Lusíadas" de João Barros

No 8ºAno, pedimos aos alunos que apresentassem e recriassem, de forma original, os capítulos da adaptação de João de Barros. Deixo alguns dos trabalhos que mais me surpreenderam, pela qualidade e pela originalidade.
O primeiro pertence à Raquel, à Bianca e à Mafalda, do 8B, que apresentaram o capítulo IV - A mais linda história do mundo. Atenção à banda sonora...
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E o segundo foi realizado pelo João Guilherme e pelo Diogo Silva, do 8D, e é sobre o Capítulo VI - O Magriço.
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domingo, 7 de junho de 2009

Oficina de Poesia

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Tenho recebido vários trabalhos do 7º e 10º anos que finalmente publico. Junto também os das turmas de 8ºano.
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7ºAno

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Diogo Flávio, 7B
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Maria Inês, 7C
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Inês Juvandes e Ângela Ramos
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Luís Pimenta, 7C
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José Pedro Borges, 7A
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Alexandre, 7C
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Tiago, 7D
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Miguel, 7D
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Helena, 7C
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João Moreira, 7C
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Patrícia, 7C
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Um dia sonhei

Um dia sonhei,
Por aí viajar
Ver a terra e o mar
Sem parar

Um dia sonhei,
A serra subir
Para ver o sol
Luzir

Depois acordei,
À Terra voltei,
E uma coisa eu sei,
Posso viajar
Sem sair do lugar
Basta sonhar.


Joana Seia, 7A

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8ºAno

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Jogo das metáforas: o poeta é...
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8ºB
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“O poeta é um prisioneiro das palavras” – Pedro Nuno
“O poeta é o sol da literatura” – Pedro Vieira
“O poeta é a raiz de uma floresta” – Daniela
“O poeta é um ser capaz de ir mais além” – Nuno
“O poeta dá vida às palavras” – Manuel
“O poeta é um pássaro que paira no mundo das palavras” – Rui
“O poeta é o semeador das ideias que depois florescem” – Duarte
“O poeta é o pastor da imaginação” – João
“O poeta é o relógio da vida” – Catarina
“O poeta é o deus das palavras” – Tiago Novais
“O poeta é o escultor das palavras” – Sofia V.
“O poeta é o arquitecto dos sonhos” – Maria
“O poeta é um marinheiro num mar de palavras” – Maria
“O poeta é o maestro da orquestra das palavras” – Bianca
“Ser poeta é morrer apenas quando o céu deixar de cantar” – Luís
“O poeta é o transmissor da emoção e do sentimento” – Alfredo e Carolina S.
“O poeta é uma alma sem corpo que vive num mundo de solidão” – Joana
“O poeta é dos únicos seres que não tem vergonha de si mesmo” – Sofia C.
“O poeta é o oráculo das palavras” – Carlos
“O poeta é a alma que chora aos pés da Terra” – Tiago C.
“O poeta é a luz que brilha sem se ver” – Filipa
“Ser poeta é ser livre” – Alberto

“Ser poeta é ter alma em mim” – Mafalda

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8ºD
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“O poeta é um ser cujo sonho se torna sempre realidade”- João Paiva
“O poeta é um redemoinho de emoções”- Diogo
“O poeta é o mensageiro da poesia” - Zé Eduardo
“O poeta é sempre criança”- Luís Mouta
“O poema é o palco das palavras”- Gonçalo Gomes
“O poeta tem palavra no sangue”- Gonçalo Gomes
“O poeta é consumido pelas palavras”- Gonçalo Gomes
“O poeta é a alma do saber”- Gonçalo Gomes
“O poeta é o camponês do poema”- Gonçalo Gomes
“O poeta é pedra”- João Filipe
“O poeta é tudo e ninguém”- João Filipe
“O poeta são suspiros de um oprimido”- Ricardo Santiago
“O poeta é o hospedeiro da alma”- Rita Malafaya
“Todo o homem é poeta, todo homem cria algo do nada”- Mariana Fernandes
“O poeta é um agricultor que lavra as palavras”- Pedro Silva
“O poeta é uma nuvem sonhadora”- Rafael
“O poeta é o guardião das palavras”- Ana Rita
“O poeta é a solidão do papel”- Miguel Vieira
“O poeta é o alicerce das palavras”- André Vidal
“O poeta é o criador do mistério”- António
“O poeta pertence ao universo enigmático e incomensurável das palavras”- Mariana Gradim
“O poeta é o escultor da palavras”- Pedro Conde“

"O poeta é os olhos do mundo” (Leonor)
“O poeta é a sombra da realidade”- Leonor
“O poeta é um ser livre para imaginar”- João Miguel
“O poeta é um sonhador selvagem”- Catarina
“O poeta é um verso que pinta tudo a cores”- Sofia
“O poeta é o espelho dos sonhos” - Inês
“O poeta são lágrimas escritas” (Inês)
“O poeta é uma linha em que ninguém pode escrever”- Inês
“Não se é poeta por ser doutor ou vossa excelência… Nem por marquês ou conde… É-se simplesmente poeta… Só se necessita de arte e o resto não conta”- João Guilherme

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Ilustração do poema "Vesperal", de Miguel Torga:
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Catarina, Mariana e Sofia, 8D
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E, contudo, é bonito
O entardecer.
A luz poente cai do céu vazio
Sobre o tecto macio
Da ramagem
E fica derramada em cada folha.
Imóvel, a paisagemParece adormecida
Nos olhos de quem olha.A brisa leva o tempo
Sem destino,
E o rumor citadino
Ondula nos ouvidos
Distraídos
Dos que vão pelas ruas caminhado
Devagar
E como que sonhado,
Sem sonhar...
Miguel Torga, Vesperal
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E, a partir da definição científica de "árvore",a criação de um texto poético:

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8B

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As árvores morrem de pé...
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Imponentes deuses da floresta,
Escorrem vagarosamente pelo horizonte
Trespassando o rubro poente
Da tarde que esmaece

Uma orquestra silenciosa
Rasga o infinito colorido,
Estende os seus cabelos cor de jade



E adormece lentamente
Nos braços do crepúsculo...
As árvores morrem de pé.


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8D

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Árvore
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Mágoas passadas
Escorrem
No leito da terra
Brotam, milenares,
Das veias frágeis…
Sangue, seiva selvagem,
Navega pelas entranhas
Das memórias esquecidas…
Vultos erguem-se nas brumas
Corpos vencidos jazem
Inúteis, fúnebres, melancólicas

No vazio incomensurável da solidão…

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10º Ano

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Este é o resultado de dois tipos de desafios poéticos lançados em aula:

1- Construir um soneto "à maneira camoniana", tendo como tema balanço de vida e como referência "Erros meus...", no âmbito do estudo do lirismo camoniano;
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Erros meus, desilusão, perdição,
Escapam-se em emoções variadas,
E permanecem então desvairadas
Disputas que partem o coração.

Alguém pára e estende-te a mão,
Diz-te que não estás só, enternecido,
Mas engana-te e troca-te o sentido.
Nada mais do que insana traição!

Todo o pensamento é desesperado,
Toda a injustiça é com dor sentida
Pelo meu coração despedaçado.

Sentimento de mim afugentado,
Saudade de minha vida perdida!
Vida! Vida! serás triste e esquecida…

Íris Sereno, 10º A


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Sucessos meus, glorioso estudante,
Passando cada ano com distinção.
Grandes louvores levei adiante,
Sonhando-me um herói para a Nação!

Pegadas de meu pai sempre pisei,
Com coragem e determinação.
Tecnologia, Electrónica bisei,
Tornando-se em qualidades, então.

Que em todas as escolhas acerte,
Erros no meu dicionário não constem.
Que a vitória esteja sempre presente!

Estas palavras assim o demonstrem
E este soneto vos apresente:
Sucessos meus e fama, simplesmente!
Miguel Carneiro, 10º A


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Vida nua, que do sangue te viste
Só banida como ente putrefacto,
Sem conhecimento de terno acto
De amor, em mim pura permaneceste.

Reminiscência pueril, viste
Teu princípio tornar seu doce acto.
Porém sobeja foi, destino exacto,
Que flagelou tua fortuna triste.

Sobeja de mágoas persistentes
E maviosas carícias vãs,
Não espanta quão urge tua vontade

Em retornar a esses fluídos quentes.
Pois tal vida não conhece manhãs,
Merecendo o nome Felicidade.
Ana Cristina Maio, 10º E


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2- Criar um poema, recorrendo a versos escolhidos de poemas de vários autores, no âmbito do estudo da poesia do séc. XX.


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Chamar-te-ei amor
Como o esqueleto de uma palavra morta.
Apenas para ti criarei um dia puro
sem nenhum medo,
sem voz, do coração.

Dá-me mãos inteiras de chuva
em que a ilusão se faz eternidade
dessas coisas que trazemos sem que possam
ser ditas.
Pois um verso que as vestisse
definharia sobre a roupa adiada
de quem ama por morrer.
Ana Cristina Maio, 10º E


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Para ti traficaria almas,
(não esta, que esta é tua).
Para ti criaria um dia puro,
(o que revelasse a metamorfose do meu corpo
e retrocedesse à melancolia do teu ósculo).
E, como um cego a descrever a cor
ou um surdo sonhando melodias,
te desprenderia inconscientemente do meu ser.
Deste-me a tua mão,
duvidando do exibicionismo,
recusei-me a tomá-la.
Tomei sim o teu corpo,
longe de tudo o que altercava,
longe de todo o desalinho,
e fiz das minhas mãos a tua roupa.
O meu coração bate,
e eu não sei.
Não sei se não mata.
Sei que o meu amor anda por dentro do silêncio
a fomular loucuras com a nudez do teu nome.
Então troco o ósculo,
inverto a metamorfose
e modifico o inconsciente.
Deste-me mãos inteiras de chuva.
(Pesou-me.)
Pesou-me essa tua chuva orgulhosa.
Não posso adiar este abraço.
Não posso trocar, não posso inverter ou modificar.
Tudo o que me sai,
Sai-me agora sem voz, sem propósito.
Por ti trafiquei almas
e permiti a mutação do meu corpo,
porém, recusei sempre o teu grito.
Ana Catarina 10ºE


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Pepetela e "Geração da Utopia"

A Joana e a Raquel do 11C conseguiram entrar em contacto com Pepetela, a propósito do livro que apresentaram em Oficina de Leitura, Geração da Utopia. Fiquei sensibilizada com a simpatia e a disponibilidade do escritor, que lhes respondeu quase de imediato. Tomo a liberdade de transcrever:
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Caro Pepetela,
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Chamo-me Joana e sou do Porto. Amanhã, tenho de apresentar, na disciplina de Português (11º ano), no âmbito da actividade “Oficina de Leitura”, o seu livro “Geração da Utopia”, que optei por ler neste último período de aulas.Gostei imenso e adorava que me ajudasse na apresentação, dizendo-me mais pormenores acerca do capitulo I - “A Casa”, aquele em que vou focar mais a apresentação.Será que me podia dar mais informações sobre as personagens? São verídicas ou são apenas fictícias para a história?Agradecia que me dissesse também o que o levou a escrever este livro e qual dos seus livros lhe deu maior orgulho depois de o ter escrito.
Grata pela atenção,
Joana Machado
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Cara Joana,
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Vejo pelas datas que já não vou a tempo de a auxiliar. Estive fora de Luanda e só agora abri os e-mails de há dois dias.Mas tentemos:
As personagens do livro são fictícias, aliás como todas as minhas personagens. Não sou capaz de pôr num livro alguém que conheça, embora possa haver um detalhe aqui ou ali pertencendo a uma pessoa real. Mas o ambiente geral de “A Casa” corresponde (ou tentei que correspondesse) ao da Casa dos Estudantes do Império, que existiu realmente.
Este livro foi, como o nome indica, uma espécie de história romanceada da minha geração, aquela que lutou pela independência de Angola e depois continuou no poder (de facto, até hoje). Tentando mostrar alguns êxitos e também muitos erros e falhanços.Talvez o livro que me deu maior satisfação tenha sido o “Parábola do Cágado Velho”. Mas “Lueji” também.
Estou a torcer para que este e-mail chegue a tempo.
Boa sorte e um abraço,
Pepetela
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terça-feira, 2 de junho de 2009

Musicografias II

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A minha escolha deste mês recai sobre uma cantora lusa de ascendência cabo-verdiana - Sara Tavares - numa apresentação num programa de televisão Holandês da música "Bom feeling". Reconheço-me um fascinado pela música africana genuína (e não por alguns ritmos mais dançáveis e na moda), porque lhe sinto uma nostalgia de um povo que se entrecruza com outro, e, mesmo nas circunstâncias mais difíceis - de escravatura, de domínio ou colonização - se toca indelével mas profundamente.Esta música tem ainda outra curiosidade que a Sara explica no início da entrevista: o anglicismo. Há uma aculturação óbvia dos nossos irmãos de origem estrangeira, que perpassa já para a nossa língua e faz cada vez mais parte dela. Os puristas talvez dissessem que a perturba. Eu sinto apenas que a muda, que a faz crescer.Assim, nestes dias em que o sol é maior, e as férias começam a avistar-se, parece-me especialmente próprio começarmos os nossos dias com esta atitude: "Bom Feeling!"
Joaquim Silva
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Deixo o vídeo e a legenda:


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"Sara Tavares (ST): Na realidade é calão português. Os africanos que vivem em Portugal tenderam a quebrar o Português. Os africanos que vivem em Portugal, falam da sua própria forma. E embora isto tenha já uma influência do inglês, quando querem dizer a alguém "diverte-te" ou "fica bem", dizem "bom feeling".
Entrevistador: Cuya!
ST: Sim, isso é "cool". E esta canção é sobre isso. É sobre não ser sério demais, apenas sorrir à vida..."

Livro(s) do mês - Junho

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Antes das sugestões, um segredo: ontem, um aluno meu, o João Costa do 11C, tornou o meu dia muito mais luminoso. Passou por mim no corredor e, num grande sorriso, confidenciou-me cheio de entusiasmo e espontaneidade que estava a adorar o Geração da Utopia, de Pepetela. É muito bom ouvir alunos a falar assim dos livros...
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Agora, as sugestões para este mês:
Uma obra incontornável sobre o "chico-espertismo" português. A filosofia ao serviço da lusografia.
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Um dos romances mais aguardados do ano...
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E esta sugestão é especialmente dedicada a umas certas meninas do 8ºano, "fanáticas" por esta escritora, Stephenie Meyer:
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