segunda-feira, 3 de maio de 2010

7ºAno - (Novas) Aventuras de Ulisses

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O sol brilhava e no sopé de uma montanha eu e os meus companheiros descansávamos. Repentinamente, uma brisa arrefeceu-nos a alma e o coração apertou-nos a garganta. Grossas bátegas começaram a tocar no chão cada vez com mais intensidade, até que surgiram ao longe multidões de guerreiros. Não estávamos preparados para combater. Fugimos em direcção às nossas colossais embarcações e navegámos em demanda de Ítaca onde Penélope e Telémaco me esperavam ansiosamente. No entanto, fortes correntes mudaram-nos a trajectória e fomos parar a uma ilha deserta.
Passaram-se dias, e o tempo arrastava-se tristemente. Certa manhã, convoquei todo o meu exército e instiguei-o a arranjar uma solução para regressarmos a Ítaca, apesar das más condições que se faziam sentir. Após um doloroso dia, encontrámos uma sombria gruta que assobiava terror. Entrei juntamente com Nestor. Por dentro, as milenares paredes alteravam o sentido da vida. Ouviram-se vozes grossas e prolongadas. Tentei descobrir de onde vinham, até que … dez guerreiros me agarraram bruscamente. Nestor refugiou-se e apressadamente foi pedir auxílio. Eu estava meio inconsciente, não tinha noção do local onde me encontrava e só via guerreiros em meu redor. Havia um que se distinguia pela sua envergadura. Dirigi-me a ele e, sem demora, cravei-lhe uma faca no coração. Nunca fui amigo da guerra mas estava desesperado! A guerra começara ali, com a morte do chefe inimigo. Lembro-me de que matei dezassete pessoas para sairmos vitoriosos. Sentia-me desumano, ouvia ruídos de sofrimento e imaginava como seria perder o meu filho e a minha doce mulher. Contudo, como era chefe, tinha que dar o exemplo e foi o que fiz. Preparámo-nos e retomámos a viagem rumo a Ítaca.
José Pedro Melo (7D)
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A Ilha-tartaruga
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Na viagem de regresso à Grécia, eu e os meus marujos enxergámos uma pequena ilha com uma forma extravagante. Pedi ao capitão que tomasse o seu rumo, para podermos explorar esta ilha supostamente desconhecida.
Quando nos aproximámos, pudemos verificar que o ilhéu era esverdeado e em forma de concha. Algumas míseras árvores habitavam no local. Porém, os seres-vivos eram raríssimos.
Acostámos e descemos, prontos para a aventura. A incomum terra esverdeada era extraordinariamente dura. Resolvemos dividir-nos em quatro grupos para pesquisarmos a ilha em diferentes direcções. O meu grupo foi para Oeste, precisamente a direcção oposta à do nosso barco. Julgámos que tudo era estranho, especialmente o solo. Quando chegámos à costa, comentei com os outros marinheiros que a corrente do mar fazia parecer que a ilha se estava a movimentar.
Repentinamente, um grito de socorro soou por toda a ilha. Era o capitão, que tinha ficado no barco e, sabe-se lá como, o barco desprendera-se e estava a afastar-se da ilha, ou melhor, a ilha é que se estava a afastar. Mas como é que isso era possível? Já o barco tinha desaparecido, surgiram os mareantes encarregados de irem em direcção a Sul, afirmando terem visto emergir uma ilhota bastante junta a esta. Corremos para lá e verificámos que era verdade.
De súbito, ambas as ilhas estremeceram violentamente e começaram a afundar lentamente. Então, observámos que tudo isto não passava de uma gigante tartaruga a descer às profundezas da água. Não tínhamos salvação, já que também não tínhamos nenhum meio de fuga. Quando a ilha – perdão – a tartaruga imergiu totalmente, as correntes, as marés e as vagas arrastavam-me para o fundo. Já não conseguia regressar à superfície, e mais vinte segundos sem respirar sufucar-me-íam. Dezanove segundos e meio depois, aconteceu algo inteiramente inesperado...
Um trovão acordou-me! Tudo tinha sido um sonho, nada mais! Subi lá para cima, para conversar com os meus colegas. Estávamos todos debruçados sobre o mar quando avistei, e desta vez era realidade, a ilha do meu so... pesadelo! Este podia, afinal, ter sido um aviso, por isso, antes que alguém a visse, sugeri irmos para baixo jogar cartas. Todos acharam uma boa idea.
Ainda bem que ninguém, excepto eu, é claro, sequer “sonhou” que estávamos a passar por uma ilha-tartaruga, ou, talvez, uma tartaruga-ilha. Depois, o resto da viagem decorreu sem incidentes.
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fim...
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«Como fim? Sou o melhor amigo de Ulisses, e fui nesta viagem. Só vos quero contar um pormenor: o resto da viagem não foi totalmente sem incidentes. Aconteceu que, quando já estávamos a chegar, ele viu uma pequena tartaruga bebé e, com o susto, deu um salto e acertou com a cabeça em cheio no mastro, desmaiando.»
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Bom, depois deste pormenor, que eu preferia não ter contado para o bem da minha reputação, penso que já poderei dizer, então, a palavra
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Fim!!!
Filipe Rocha (7B)
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Sinto-me só! Os meus pés quase que são sugados pela gélida neve branca, as mantas que cobrem os meus ombros já não me aquecem e estou cheio de fome. O céu encontra-se crepuscular, não havendo, assim, nenhuma luz na grande floresta. No entanto, o cheiro das esguias árvores alimenta a coragem e abstraem-me das desesperantes saudades que tenho de Penélope e do meu filho.
Subitamente, ouço um barulho, quase como o som de um lobo a uivar. No entanto, não tenho a certeza. Tento seguir o ruído até que me deparo com uma pequena casa. Esta está rodeada de pinheiros muito elegantes e coberta de neve. É feita de madeira escura cortada em grossas tábuas que completam as paredes. As pequenas janelas quadradas mostram as paredes cor de laranja da sala de estar.
Decido deixar o barulho para trás e bato à porta daquele amável lar. Um senhor, andrajosamente vestido, com apenas uns trapos no corpo, abre-me a porta. Vendo os meus joelhos trémulos e os meus lábios roxos, diz apressado:
- Oh, meu Deus! Entre, entre senhor. Maria, arranja sopa para este pobre homem.
Estou chocado com a hospitalidade que este casal e o seu filho me dão. Vou passar a noite neste confortável lar e, em princípio, partirei amanhã, mas quem sabe? Hoje pensava que estaria com os meus companheiros de guerra e aqui estou eu, perdido mo meio da floresta.
Gabriela Nascimento (7B)
Textos enviados pelo Dr. Hélder Moreira

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