“Dediquei toda a minha vida a
esta luta do povo africano. Lutei contra a dominação dos brancos e lutei contra
a dominação dos negros. Partilhei com o povo africano o ideal de uma sociedade
livre e democrática em que todas as pessoas vivem juntas em harmonia e com
oportunidades iguais. É um ideal que para o qual espero viver e alcançar. Mas
se isso for necessário, é um ideal para o qual estou preparado para morrer.”
Declaração
na abertura do julgamento de Rivonia, em que era acusado de traição, 20 de
Abril de 1964
Nelson Mandela e Fernando Pessoa
O advogado Agostinho Miranda esteve com Mandela em
Joanesburgo no seu aniversário de 85 anos – não na alargada celebração de 1600
convidados, mas na do dia anterior, apenas para 200 pessoas, sendo o único
português na festa. Ainda hoje não sabe bem como foi incluído naquele pequeno
grupo de “eleitos”.
Antes da festa, Agostinho Miranda esmerou-se para
encontrar um presente: “Lá desencantei no Porto um original do Sixty
Portuguese Poems, o livro de Fernando Pessoa publicado no ano do
nascimento de Mandela, 1918”. Havia outras razões para o presente: “Pessoa
estudou em Durban, para onde foi residir quando, após a morte do pai, a mãe
casou com o cônsul português daquela cidade. Eu sabia do apreço que Mandela
tinha pelos portugueses e pela nossa cultura e da sua paixão pela poesia.”
(adaptado do jornal O Público, 06-12-2013)
Enviado por Auxília Ramos
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