quarta-feira, 4 de junho de 2008

José Saramago: A Consistência dos Sonhos




Recebi um mail da Drª Auxília Ramos a propósito da exposição sobre Saramgo. Deixo esse testemunho:



A consistência dos sonhos … ou a sua materialização através da palavra?
Foi assim que entendi a exposição sobre a obra do Nobel português, José Saramago, e a demonstrá-lo estão as imagens que o meu olhar fixou nessa visita.
A palavra é, sem dúvida, a matéria-prima desta exposição e assume tão diversas expressões quanto a personalidade do seu autor: palavra-registo escolar, palavra-experiência poética, palavra-teatro, palavra-arma política, palavra-crónica jornalística, palavra-saudação aos amigos, palavra-registo quotidiano, palavra-crítica mordaz, palavra-agradecimento público, palavra-emoção, palavra-pedrada no charco, palavra-polémica, palavra-intervenção social, palavra-insubmissão, palavra-conto infantil, palavra-memória, palavra-alegoria dos tempos… e tantas outras que percorrem e ilustram o friso cronológico que orienta o visitante no seu percurso pela Galeria de Pintura do rei D.Luís I, no Palácio da Ajuda, em Lisboa.
Esta exposição é mais uma prova do que Saramago afirma «Eu nunca separo o escritor do cidadão». E é este o eixo central da exposição, a indissociável ligação entre aquele que escreve e aquele que sente a realidade do seu país (e do mundo), expressando-a sob a forma de um comprometimento muitas vezes incómodo, mas autêntico, porque sentido. Não será pois de estranhar as palavras de Pilar del Rio, quando diz que Saramago «escreve para se fazer amar».


Auxília Ramos


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