quinta-feira, 11 de março de 2010

Última aula de José Gil


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O português revê-se no pequeno, vive no pequeno, abriga-se e reconforta-se no pequeno: pequenos prazeres, pequenos amores, pequenas viagens, pequenas ideias. (…) Pequenos mundos: daí a visão curta, a repulsa instintiva pelos projectos a médio e longo prazo, a territorialização gregária.
Mas como em muitos outros domínios, estamos a viver tempos de mudança.
(…)
De que tamanho somos? Que se levante a questão significa que ainda não ajustámos a nossa estatura real à imagem que dela possuímos.
(…)
Deixaremos finalmente de perguntar «de que tamanho somos nós, portugueses?», porque deixaremos de ter problemas de identidade.
José Gil, Portugal, Hoje – O Medo de existir, ed. Relógio d´Água, 2004

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