segunda-feira, 20 de abril de 2009

Eça de Queiroz e "Os Maias" - Oficina de escrita

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A propósito do estudo do tema da Educação em Os Maias, foi pedido aos alunos que se imaginassem na Câmara dos Pares do Reino e respondessem à intervenção do Conde Gouvarinho:
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"Creia o digno par que nunca este país retomárá o seu lugar à testa da civilização se, nos liceus, nos colégios, nos estabelecimentos de instrução, nós outros os legisladores formos, com mão ímpia, substituir a cruz pelo trapézio..."
Eça de Queiroz, Os Maias

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Eolo in olhares.com Mário Fortuna in olhares.com

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Eis o resultado:
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Caríssimos Pares do Reino,
O caloroso debate que vem sendo realizado nesta assembleia, a propósito da introdução da educação física no plano curricular dos alunos portugueses, reduz-se fundamentalmente a uma opção entre dois modelos antagónicos e duas visões contraditórias da educação na vida do indivíduo.
A opção certa, meus caros senhores, é adoptar urgentemente a educação física, contribuindo assim para a regeneração do ensino, sem a qual não haverá salvação possível para a sociedade, nem para o país.
Alguns dizem que só com o ensino dos dogmas ultrapassados da religião poderá o nosso povo chegar à “testa da civilização”. Nada mais enganador! “Mente sã em corpo são” – este foi o lema que impulsionou, de forma categórica, a civilização grega. E foi esta civilização que condicionou e inspirou todas as outras. Influenciou-nos a nós, hoje, volvidos mais de dois mil anos. A ela devemos os jogos olímpicos, evento máximo do desporto mundial. E não se limitaram apenas à parte desportiva; grandes pensadores emergiram e venceram, criando as bases da sociedade moderna. É por tudo isto que afirmo que uma formação geral contribuirá para a prosperidade da nação.
Em segundo lugar, o ensino da religião, como propôs Vossa Ex.ª, apenas concorrerá, e isto é inegável, para a limitação do desenvolvimento filosófico. Ao ensinar aos jovens uma matéria tão dogmática e não discutível, estaríamos a retirar a capacidade crítica e criativa, porventura as maiores das faculdades humanas.
Para concluir, senhores, gostaria apenas que recuássemos até à Idade Média. A religião era a trave mestra da vida em sociedade. O que se conseguiu? Guerras! No desporto não existem guerras, mas sim competição saudável e desejável. Tenhamos a coragem de tomar a decisão certa.
Muito obrigado!
Francisco Pereira, 11C

1 comentário:

Anónimo disse...

Clap Clap Clap

Palmas para o futuro chefe de estado. O homem que vai endireitar a nação.

Rui