segunda-feira, 20 de abril de 2009

Texto descritivo - Oficina de escrita

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Os alunos do 8ºano pintaram com palavras as seguintes imagens:
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I
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Era uma jovem tarde de Junho. O céu pintado de azul iluminava uma cidade carregada de memórias. O voo inquieto das gaivotas perturbava toda a serenidade daquela tela. Da janela da casa, avistava-se a taciturna paisagem a que o pó de ouro crepuscular concedia uma sensação de infinita e inquebrável perfeição. As casas insondavelmente antigas apreciavam o tumulto do rio que reflectia uma cidade feérica.
Ouvia-se o murmúrio das pequenas ondas que se formavam e avistava-se o longínquo caminhar da noite. À direita, o sol escondia-se nas profundezas do rio. Os barcos percorriam um caminho vagaroso até ao seu destino, como que a apreciar toda a perfeição que envolvia aquele anoitecer. Na paz jamais esquecida e inigualável do céu, as nuvens passeavam. Era um autêntico suspiro de beleza…
Diana Costa, 8A
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II
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A reverberante luz iluminava o cais, repleto de majestosos e pesados barcos, serenos na monotonia das águas. À esquerda, elevavam-se insondavelmente os grandes casarios, carregando o pó de vivências passadas. O rio corria calmamente para o colo das margens, onde mais tarde adormeceria, acompanhado da tristeza rude dos olhos prateados da Lua. À direita, a paisagem era constituída, igualmente, por majestáticos edifícios. As duas margens observavam-se, silenciosamente, invejando a beleza pura de cada uma. Contudo, era notória a melancolia das cores cintilantes, dos sons roucos, do odor das aguas fluviais, dos pesados e difíceis passos dos barcos, sobrevoados por uma ténue nuvem, que não tardava a ser substituída por um manto muito fino de pó de ouro, alcatifado pelas areias constantes. E apenas era necessário uma suave e leve brisa para as fazer dançar esfingicamente. Das águas turvas e verdes-esmeralda do rio emanava uma música de fundo, que todos os seres, por mais insignificantes, admiravam e acompanhavam com uma sublime dança. Tudo estava em sintonia, proclamando a originalidade da orquestra natural.
Francisco Melo, 8A

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III
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Da abóbada celeste suspensa sob as cascatas taciturnas da cidade, a tarde adormecia vagarosamente sob a alegria serena das sombras das árvores. No céu surdo, flutuavam os cardumes alvos de nuvens, lampejando nas águas melancólicas do rio, que escorria sumptuosamente, cortando aquele luxuriante horizonte.
Ao longe, ao longo da vertente, o doce cantar dos pássaros rasgava o silêncio irreal. O Paço, suavemente encaixilhado no cimo da colina, erguia-se extasiadamente, espreitando, indignado, o baloiçar lascivo das folhas dos ramos. A veemência da torre completava a paisagem, repleta de luzes e brilhos que, mirando nos vidros das janelas, reflectiam o tom crepuscular do sol.
Daniela Santos, 8B
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IV
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A manhã despertava da intempérie noturna. A abóbada celeste, imponente e majestosa, erguia-se sobre o extremo do promontório. Lá no alto, o maciço alvo de nuvens reflectia os longos raios de sol, que sumptuosamente interrompiam o lampejar da ondulação. No cimo do cabo, luxuriantes buxos surgiam, lascivamente, completando a vincada vertente. Do infindável horizonte, o mar surgia lançando as suas ondas, pacificamente, até ao areal. O ruído da ondulação ressoava insondavelmente no interior da gruta abrigada nos rochedos, enquanto que as gaivotas caminhavam extasiadamente ao longo da praia, como se uma nova tempestade estivesse prestes a chegar. Os barcos de castanho baloiçavam com as ondas, receosos das suas novas aventuras. O lusco-fusco, evadido das longínquas colinas, emergia serenamente, acordando a ilha…
Daniela Santos, 8B

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V
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O céu esmaecido misturava-se com os cardumes de nuvens que esvoaçavam ao encontro da linha perdida do horizonte. Vultos e sombras sussurravam ao ouvido do ténue e azul do firmamento.
Numa mancha imperceptível da palidez do azul, erguiam-se imponentemente colunas de pedra. Caminhava leve e lenta, no seu pesado andar, ao encontro do incomensurável mar, sobre a árdua rocha.
Pequenas rugas das ravinas penetravam no lívido corpo da areia.
Fachadas delapidadas, adormecidas na esperança de poderem sentir o salgado aroma marítimo, afloravam à superfície.
Areias e dunas vestiam e alcatifavam o chão e tingiam os barcos com a cor do crepúsculo.
Barcos sem rumo e sem sonho jaziam na costa e eram como pássaros feridos no seu voo no marulho da alba. As palavras, as cores e as lamentações destinadas a cobri-los, miravam extasiadamente horizonte. Estava tudo envolto no silêncio.
O mar entrelaçava as mãos com o lânguido céu. Vestia o seu manto de poesia bordado a iluminados versos, que insondavelmente atravessam gerações. Mostrava as suas vagas memórias do passado através do clamor e dos reflexos das suas águas.
Esperavam então pelo cair da tarde, para vestirem o seu pó de ouro e descerrarem as névoas como se mãos invisíveis fechassem as cortinas de um palco.
Carlos Braga, 8B
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VI
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Como um rapaz descalço, o rio escorria lento e suave até à foz, onde se perdia com o mar infinito. As casas flutuantes de memórias e recordações apresentavam inúmeras cores de onde trespassava o aspecto antigo e suspeito dos ecos, ruídos, rumores e gritos.
Ao longe, desaparecendo na imensidão do céu azul, no pó de prata das nuvens, erguia-se uma torre, o mais belo monumento da cidade, que dali contemplava o rio verde e turvo, sustendo um suspiro de grande admiração. A feérica cidade era desmedidamente grande e insondavelmente antiga. Para mais realçar a beleza da paisagem, as casas afloravam cada uma mais exuberante que outra. Um barco, como um pequeno punhal, rasgava o rio silencioso, perdendo-se nos sonhos de voltar a navegar.
Fábia Alves, 8A
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VII
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Os tons púrpura e azul no céu formam uma aurora harmoniosa que se agita ligeiramente sobre a cidade, como cortinas de seda. Uma nuvem branca estende-se ao longo do firmamento, criando um véu de paz e serenidade.
Um rio rasga a cidade ao meio; sobre este encontram-se barcos erguendo os seus imponentes mastros para o céu e reflectindo os raios de sol num intenso manto de ouro que afaga a água do rio. Esta, de tons esverdeados, como de um relvado se tratasse, serve de espelho aos barcos e ao céu.
Do lado esquerdo, ergue-se um alto casario amarelo que contempla o seu reflexo difuso na água, uma mancha dourada como as folhas no Outono. Ao fundo surge ainda uma imponente torre que rasga o céu com autoridade, como se quisesse assistir aos barcos que chegam ao rio.
Do lado direito, encontra-se uma poderosa construção de mármore, como a entrada de um palácio com altos portões virados para o rio. A sua continuação desaparece na linha amarelada que traça o horizonte.
Como pintada numa tela, a cidade revela ainda vultos e reflexos indistintos de luz e clareza que transpiram amor e paixão.
Pedro Conde, 8D
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VIII
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Era como uma tela marinha. Os barcos dormindo calma e levemente alcatifavam majestaticamente o rio de cor jade, que, como uma rapariga descalça, corria no seu leito até alcançar o mar. Nas suas margens, nas esplanadas insondavelmente escondidas por trás dos imponentes edifícios que mostravam uma variedade infinita de cores, estavam as pessoas que ao falarem e rirem cortavam, como um pequeno punhal, as águas do rio. À esquerda, erguia-se a grande e antiquíssima torre que cobria o chão grandiosamente.
Desenhada no horizonte está uma viagem com rumo ao país além das vagas. As nuvens com os seus tons de rosicler e branco desvaneciam-se no feérico, magnetizado e esfíngico céu azul da cor do mar.
Maria Pereira, 8A
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IX
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Porto, cidade perpétua, é a mais lânguida e majestosa terra em todo o mapa da pequenez que nos coube.Por ele corre imponente o Doiro, levando em seu leito duro reflexos do casario nobre e incomensurável que se estende para lá da margem, num chão árido e hostil.A luz do crepúsculo penetra nas janelas de cada prédio, cada casa, cada torre…O pó de ouro reluz sob as ruas e os enredos da cidade desconhecida.Erguem-se ao céu os Clérigos, que em todo o seu esplendor, embelezam a paisagem angustiada, que adormece na solidão de uma noite rouca.
Mariana Gradim 8ºD

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigada.